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Butantan garante que vacina chinesa contra o coronavírus é a que tem menos efeitos adversos
Brasil – O Instituto Butantan divulgou na tarde da segunda-feira, 19, durante coletiva de imprensa realizada pelo governo do Estado de São Paulo, que apenas 35% dos voluntários dos testes da vacina chinesa contra o coronavírus tiveram reações adversas após a aplicação, e foram efeitos leves, como dor no local da aplicação ou de cabeça. Não houve qualquer registro de efeito colateral grave durante a testagem.
— Os primeiros resultados dos estudos clínicos realizados no Brasil comprovam que, entre todas as vacinas testadas no país, a CoronaVac é a mais segura, a que apresenta os melhores e mais promissores índices no Brasil. É, de fato, a vacina mais avançada neste momento. A vacina do Butantan foi a que apresentou menor índice de efeitos adversos e melhores resultados até o presente momento — declarou o governador paulista, João Doria.
Na coletiva, o governador falou um pouco mais sobre a vacina que tem estudo conduzido pelo Instituto Butantan, em parceria com a chinesa Sinovac. Segundo ele, não há previsão de prioridade de distribuição das doses para o seu Estado, mas, sim, uma cooperação para que todas as unidades da federação recebam o imunizante assim que ele for registrado.
— Na quarta-feira, 21, estarei reunido com o ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, e tudo nos leva a crer que teremos entendimento e harmonia. Será um plano nacional, não uma ação isolada. A vacina do Butantan é a vacina do Brasil. Desejamos que ela seja ampliada para toda a população e não apenas para o Estado de São Paulo. Torcemos para tenhamos mais vacinas — disse. Sobre uma possível aplicação das doses nas populações de risco antes da conclusão do estudo, Doria disse que prefere se manifestar após a reunião com o Ministério da Saúde e Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), prevista para acontecer na próxima quarta, em Brasília: — Assim, teremos uma posição final, definitiva, correta e compartilhada com o ministro e a Anvisa.
Primeiros vacinados
Após aprovação da Anvisa, a vacina deve ser distribuída, prioritariamente, para pessoas mais vulneráveis, explicou Dimas Covas, diretor do Butantan. Profissionais da saúde, idosos, pessoas com comorbidades e profissionais da educação e da segurança são, nessa ordem, os mais cotados para receber os primeiros imunizantes. — Há uma definição da Organização Mundial da Saúde de quais seriam os grupos prioritários. Em um primeiro momento, no meio da pandemia, a ideia é proteger os que têm risco maior. Então, essa estratificação de risco é que define a prioridade — falou, elencando os grupos.
Covas acrescentou que não será preciso vacinar toda a população brasileira.
— A vacinação deve ser priorizada para esses grupos e, posteriormente, os grupos de risco adicionais poderão ser vacinados. Não precisaremos vacinar os 200 milhões, pois essa pandemia, na medida que a chamada imunidade de rebanho progride, vai naturalmente sendo controlada — justificou. Pessoas que já contraíram a covid-19 também não estariam no rol de grupos de pessoas a serem imunizadas. A vacina desenvolvida pelo Instituto Butantan em parceria com a farmacêutica chinesa Sinovac se mostrou segura também em testes com 9 mil voluntários brasileiros, reafirmando os resultados de pesquisa anterior, com 50 mil chineses. Os dados de eficácia, porém, devem ser divulgados somente entre novembro e dezembro, o que deve atrasar a previsão de Doria de iniciar a imunização contra o coronavírus ainda neste ano.
De acordo com Dimas Covas, os testes não foram finalizados e a análise de eficácia ainda não pode ser feita. O pesquisador afirmou que foi concluída nesta semana só a primeira etapa do estudo. Mesmo nesse grupo, nem todos tomaram as duas doses ainda, o que deve ocorrer até o fim do mês. A pesquisa engloba, ao todo, 13 mil voluntários, incluindo profissionais da saúde selecionados pelo Hospital São Lucas da Pontifícia Universidade Católica do RS (PUCRS).