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Caminhões com oxigênio da Venezuela chegam a Manaus

20/01/2021 - 07h18min

Um dos caminhões carregados de oxigênio exibia bandeira da Venezuela. (Foto: Reprodução / Twitter)

Manaus – Cinco caminhões com oxigênio doado pela Venezuela chegaram por volta das 21h40 desta terça-feira (19) em Manaus. A carga foi enviada como auxílio do país vizinho à noite para atender à  demanda da capital amazonense, que vive uma grave crise de saúde durante a segunda onda da pandemia do coronavírus. Vindo do estado de Bolívar, no sul da Venezuela, o comboio com 107 mil m³ de oxigênio partiu no fim de semana e viajou pouco mais de 1.500 quilômetros até o Amazonas. Um dos caminhões carregava uma bandeira venezuelana pendurada no tanque.

A remessa deve ajudar a aliviar a terrível situação no estado da região norte do Brasil, que experimenta um aumento exponencial de casos de covid-19 com um sistema de saúde colapsado. Desde a semana passada, dezenas de pessoas morreram sufocadas devido à falta de oxigênio nos centros de saúde, o que levou os moradores à beira do desespero.

Centenas de brasileiros em Manaus fizeram uma peregrinação em busca de oxigênio para cuidar de seus familiares em casa. Alguns hospitais até deixaram de receber novos pacientes. Neste momento, a demanda diária de oxigênio no Amazonas gira em torno de 76.000 m³ de, enquanto as empresas fornecedoras não conseguem produzir mais de 28.200 m³ por dia.

A doação de oxigênio por parte da Venezuela ocorre apesar do governo do presidente Jair Bolsonaro não reconhecer Nicolás Maduro, a quem chama de “ditador”. Maduro disse neste domingo (17) que a situação em Manaus era um “escândalo” e que “a Venezuela estendeu sua mão solidária ao povo amazonense”. Bolsonaro ironizou o carregamento, mas não rejeitou.

“Se Maduro quiser nos abastecer de oxigênio, podemos recebê-lo sem problemas; mas ele poderia dar ajuda emergencial a seu povo também, o salário mínimo lá (na Venezuela) compra meio quilo de arroz”, disse o presidente a apoiadores em Brasília.

A Venezuela está enfrentando a pior crise econômica de sua história contemporânea, com hiperinflação e sete anos de recessão, que afetou seu próprio sistema de saúde, prejudicado pela escassez de suprimentos médicos e materiais de proteção para covid-19.

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