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Inicia no dia 1º o julgamento do caso da boate Kiss e telão será instalado em Santa Maria

30/11/2021 - 10h57min

Foto: Renato Oliveira / Especial

Telão será instalado no centro de Santa Maria para acompanhamento do julgamento, que acontece em Porto Alegre

 

Santa Maria – Os familiares das vítimas da tragédia da boate Kiss e a população poderão acompanhar o julgamento dos quatro réus do caso, que acontecerá no Foro Central de Porto Alegre a partir da quarta-feira, dia 1º, em telão que estará à disposição no centro da cidade. “Muitos pais e mães não terão condições de viajar a Porto Alegre e para não ficarem isolados em suas casas, poderão assistir ao julgamento acompanhados”, pontuou o presidente da Associação das Vítimas e Sobreviventes da Tragédia de Santa Maria, Flávio Silva.

O telão ficará no salão do Clube Comercial, localizado na Rua Venâncio Aires. Segundo a psicóloga Ligia Trevisan, as famílias também contarão com atendimento especial durante a transmissão. “Serão 100 profissionais da área da saúde que estarão atendendo em três turnos para prestar, principalmente, atendimento psicológico aos familiares”, destaca.

Desde sábado, também na área central, os canteiros laterais do Viaduto Evandro Behr estão com 242 cruzes brancas, em alusão ao número de vítimas da tragédia. Muitas pessoas que passam pelo local param para um momento de reflexão.

Informações: Correio do Povo/Portal Leouve

 

 

 

Julgamento do caso:

Depois de oito anos e dez meses, começa nesta quarta, dia 1º, o júri popular de quatro acusados pelo incêndio na boate Kiss, em Santa Maria , em 27 de janeiro de 2013. Mauro Hoffmann e Elissandro Spohr (proprietários do estabelecimento), Marcelo de Jesus, vocalista da banda Gurizada Fandangueira, e o produtor Luciano Bonilha, responsáveis pela apresentação pirotécnica, respondem pela morte de 242 pessoas e por 636 tentativas de homicídio com dolo eventual, quando se assume o risco de matar. Entre os motivos da demora está a mudança na cidade do julgamento – as defesas de três dos quatro réus conseguiram a transferência para Porto Alegre por falta de segurança e eventual parcialidade.

O Ministério Público tentou reverter a decisão, sem sucesso. Para evitar que houvessem dois júris, os promotores pediram então que o quarto acusado também fosse julgado na capital.

O caso deve ter o julgamento mais longo da história do judiciário gaúcho: defesa e acusação estimam duração de 15 dias. Serão ouvidas 14 vítimas, 19 testemunhas, além dos réus. As testemunhas devem ficar isoladas até o dia do depoimento, enquanto os jurados precisam ficar incomunicáveis durante todo o período do júri.

O Conselho de Sentença será formado por sete pessoas da sociedade civil, todos moradores da capital gaúcha. Para que eles tenham noção da estrutura física da boate, o Ministério Público vai usar um dispositivo que simula a parte interna da casa noturna. O juiz do caso, Orlando Faccini Neto, garante que a julgamento vai ocorrer nos três turnos e aos finais de semana.

O promotor de justiça David Medina fala sobre as acusações que recaem sobre os quatro. “Criaram um ambiente inseguro, que só eles sabiam que era inseguro de tal forma, colocação de fogo, num ambiente impróprio para o fogo e um fator decisivo: superlotação. Eles estavam ganhando muito dinheiro aquela noite e eles tinham obrigação de cuidar dessas pessoas”.

Como não é possível somar as penas conforme o número de vítimas, a expectativa dos promotores é que os réus sejam condenados a pelo menos 15 anos de prisão. Atualmente, eles respondem em liberdade.

**Fonte: G1

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