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30 anos de Morro Reuter: “naquela época os adolescentes se reuniam nas casas e nas ruas para conversar”

19/03/2022 - 14h28min

Enio e Reni Muller nasceram e se criaram na Fazenda Padre Eterno | Foto: Maicon Agostini

Casal conta história de vida na Fazenda Padre Eterno

Morro Reuter-  O casal Enio Muller, 69 anos, e Reni Muller, 67 anos, nasceram, se criaram e vivem até hoje na localidade da Fazendo Padre Eterno. Um local, que segundo eles, é maravilhoso de se viver e foi bom para criar o único filho, Jandir, que hoje, casado, mora Novo Hamburgo.

Enio e Reni eram vizinhos desde criança, mas na época não tinham muito contato. “Ela era mais nova e também os grupos eram separados entre meninos e meninas, não nos misturávamos muito”, conta Enio. Já na adolescência a ‘balada’ eram reuniões dançantes nas casas de um dos jovens da vizinhança ou, eles, apenas se juntavam nas esquinas aos fins de semana para conversar.

Na época dos estudos deles e também do filho do casal ainda tinha escola na localidade. “Era até a quinta série e uma professora para 60 alunos. Nós estudamos só até a série que tinha aqui. O prédio que era a Escola agora é o Posto de Saúde”, conta Enio.

Casados há 46 anos, eles moram na mesma casa que Enio nasceu e foi criado. “Moramos 25 anos com meus sogros aqui junto, a casa foi reformada, mas a gente ama este lugar. É tranquilo, seguro e os vizinhos são bons e prestativos”, explica Reni.

Trabalho com a agricultura

Mesmo com a oportunidade de mudarem para o Centro do município, deixar a Fazenda Padre Eterno é algo difícil, principalmente para Enio “Temos uma casa lá no Morro, mas por enquanto não nos vemos saindo daqui. O filho gosta de vir passear e a neta também. É um lugar de calmaria e tem nossos animais aqui”, salienta.

E falando em animais, seu Enio desde muito jovem já ajudava o pai nas tarefas da roça. Era ele quem cuidava dos animais, tirava leite da vaca e gostava do serviço pesado. “Eu tinha uns 8 anos quando comecei a ajudar o pai e isso era muito bom. Tinha disposição e queria fazer o serviço mais pesado para mostrar que era capaz. Era como brincar e trabalhar ao mesmo tempo”, relembra.

A Feira do Produtor faz parte da rotina do casal

Quem já prestigiou a Feira do Produtor de Morro Reuter já deve ter visto seu Enio e dona Reni por lá. Eles são responsáveis por um expositor, onde vendem produtos feitos por eles mesmos, como: cuca, chimia, pão, cueca virada, linguiça, frutas da época, entre outros. “Já ganhamos premiação de melhor cuca, um ano em segundo lugar e outro em primeiro, na Festa da Lavanda”, conta Reni.

Em casa, Enio cuida dos animais, tira leite das vacas e faz as plantações, dona Reni cuida das tarefas da casa e a partir de quinta-feira, de todas as semanas, começa a preparação para a Feira do Produtor, que acontece sempre em sábados e quartas-feiras.

Localidade cresceu nos últimos ano

Segundo Enio, após a emancipação de Morro Reuter tudo facilitou para a localidade e o desenvolvimento é visível. “Mesmo não tendo mais escola, agora temos o Posto de Saúde. Antes tínhamos que ir longe para ter atendimento médico agora temos aqui perto. O acesso e ajuda para nós como moradores e produtores é mais rápido, pois a Prefeitura é perto, antes tínhamos que ir a Dois Irmãos”.

Além disso, hoje existem opções de casas em meio à natureza para alugueis em fins de semana, tem uma fábrica, que trabalha com madeira, com cerca de 15 funcionários e até opção de Café colonial. “Tudo melhorou com a emancipação”.

Enio cuida dos animais todas as manhãs

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