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Álcool: a droga nociva que atinge milhões de pessoas no mundo

26/02/2020 - 11h30min

Região – Começa por curiosidade, com uns goles com amigos, uns porres para acompanhar a galera, a superação da timidez ou da solidão, e o estrago está feito. O que era só uma forma de diversão, vira um hábito e, logo passa a ter um papel principal na vida do indivíduo. Surge um alcoólatra. O alcoolismo é uma doença crônica, com aspectos comportamentais e socioeconômicos, caracterizada pelo consumo compulsivo de álcool, na qual o usuário se torna progressivamente tolerante à intoxicação produzida pela droga e desenvolve sinais e sintomas de abstinência, quando a mesma é retirada.

Além da já reconhecida predisposição genética para a dependência, outros fatores podem estar associados: ansiedade, angústia, insegurança, fácil acesso ao álcool e condições culturais. Há alguns sinais que devem ser levados em consideração para saber se o caso já pode ser classificado como dependência, entre eles:  desejo intenso por consumir/ingerir, vontade de reduzir o consumo de álcool sem sucesso, sentir-se em abstinência e a necessidade de doses maiores a cada ingestão.

De acordo com os dados mais recentes da Organização Mundial da Saúde (OMS), em todo o mundo, mais de 3 milhões de pessoas morreram por conta do uso nocivo do álcool. No Brasil, o álcool foi relacionado a 69,5% dos índices de cirrose hepática, a 36,7% dos acidentes de trânsito e a 8,7% dos índices de câncer. No dia, 20 de fevereiro, é comemorado o Dia Nacional de Combate ao Alcoolismo, com o objetivo de conscientizar a população sobre os malefícios do consumo de álcool.

A LUTA DIÁRIA DA RECUPERAÇÃO

Em Estância Velha, a Comunidade Terapêutica Dádivas, trabalha na reestruturação e ressocialização de usuários de drogas, com mais de 90% dos internos com problemas de alcoolismo.

Diego Amaral, um dos monitores da casa, conta que a internação deve ser voluntária e o indivíduo tem livre arbítrio para sair quando quiser. O período previsto para recuperação é de 9 meses, porém, este prazo pode mudar conforme a evolução do usuário. Lucas Samuel Mello, 26 anos, está concluindo, no mês de março, a fase de recuperação. O jovem conta que começou a ingerir álcool nas festas com amigos, aos 14 anos de idade. “Quando percebi que estava trocando o convívio da família, por estar no bar bebendo com amigos, vi que beber já tinha se tornado um vício, aí procurei ajuda.”

Lucas já esteve na comunidade em duas oportunidades, porém, saía antes de concluir a recuperação. “Duas vezes eu vim pra cá, para tentar diminuir o consumo de álcool, agora eliminei o vício da minha vida”, comemora. Ele mora no Rincão dos Ilhéus, com o pai, hoje já refez as relações familiares com os irmãos, e na comunidade trabalha como monitor. “Quero sair daqui e constituir a minha família”, planeja Lucas.

O caso de Guerino Alves Pinto, 59 anos, é diferente. Está na comunidade, pela segunda vez, há 30 dias. Depois de se recuperar em 2012, retornou para sua casa e convívio familiar, porém, sentindo-se muito solitário retornou ao consumo exagerado de bebidas alcóolicas. Começou a consumir álcool aos 23 anos com a família da ex-esposa, em festas de família, até que virou vício. Guerino diz que pretende abandonar definitivamente o álcool e retomar a sua vida. “Preciso cuidar da minha vida, e o álcool só me prejudica”, comenta. Hoje cuida de tarefas como cuidar da horta, e na manutenção da casa.

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