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Caso das cartinhas em Estância Velha: moradora nega golpe e explica situação

21/11/2025 - 18h10min

Atualizada em 21/11/2025 - 18h13min

Jeniffer Castro procurou a redação após repercussão e explicou que as cartas não são golpe, mas parte de uma iniciativa comunitária que atende várias famílias em situação de vulnerabilidade.

Moradores de Estância Velha haviam relatado, nos últimos dias, o surgimento de cartinhas deixadas em caixas de correspondência, levantando dúvidas e preocupação sobre possíveis golpes envolvendo pedidos de doações. As suspeitas aumentaram porque algumas cartas vinham assinadas por crianças de bairros que não pertencem ao município, como o Santo Afonso, de Novo Hamburgo.

Após a publicação da informação, Jeniffer Castro, de 31 anos, entrou em contato com a redação para explicar que é uma das responsáveis pelas cartinhas e que não se trata de golpe. Segundo ela, a ação é feita anualmente por um grupo de famílias em situação de vulnerabilidade, que busca doações básicas para crianças do bairro.

 

“Nunca fui golpista. Sempre trabalhei”

Jeniffer iniciou sua mensagem relatando sua história e reforçando que se sentiu ofendida com a suspeita levantada:

“Boa tarde, tudo bem? Prazer, eu sou a Jeniffer Castro, tenho trinta e um anos, tenho cinco filhos: o Luis Cauã, que tem quatorze; o Arthur, que é espectro autista, tem treze anos; meu filho de onze anos, o Anderson Gabriel; o Dominique Rafael, que tem cinco, vai fazer seis agora dia primeiro de janeiro; e a minha bebê de cinco meses, que se chama Alla Maria.

Assim, a gente nunca foi golpista, eu nunca precisei fazer com ninguém. Eu sempre trabalhei desde os meus doze anos de idade. Eu nunca fiz mal pra ninguém. Pra mim foi uma ofensa porque eu jamais faria isso com alguém.”

Ela afirmou morar em Novo Hamburgo, no bairro Santo Afonso, e explicou que a inciativa das cartinhas não é exclusiva para os filhos dela.

Ação comunitária envolve várias famílias

Segundo Jeniffer, as cartinhas são entregues por duas mães que ajudam um número maior de crianças da comunidade:

“Não sou só eu. Vai eu e uma outra mãe: entregamos pros meus, que são cinco; pros dela, que são seis; pra filha da Maiara, que tem dois; pras filhas da Juliana, que têm quatro; pras filhas da Mari; e tem mais uma vozinha ali também, que cria dois netos e precisa de ajuda. Então não são só os meus filhos que eu faço isso.

Todo ano a gente faz pros nossos e pras outras crianças também.”

Ela reforça que os pedidos feitos nas cartinhas são de itens básicos:

“Nossos pedidos são tão básicos: mochilas, materiais escolares, comida… coisas que faltam.”

Dificuldades e desemprego recente

Jeniffer contou que estava trabalhando, mas foi demitida recentemente:

“Eu fui mandada embora porque acabou minha estabilidade. Eles não querem saber se você é mulher, se está grávida, se tem filho pra criar ou sustentar. Então dói, sabe? Pensar em servir só arroz e feijão pros meus filhos dói em mim.”

Ela afirma nunca ter pedido dinheiro ou chave PIX:

“Eu nunca pedi dinheiro ou Pix. Eu não faço isso. Sempre trabalhei. Mas tem momentos que a gente precisa de ajuda. Todos precisam.”

“As pessoas poderiam ter vindo até aqui”

Jeniffer explica que entende a preocupação dos moradores, mas lamenta que tenha sido interpretada como golpista:

“Eu entendo o ponto de vista das pessoas acharem que era golpe, mas poderiam entrar em contato ou vir até o endereço. Ninguém é obrigado a ajudar, mas venham ver se realmente é isso.”

Ela acrescenta que ficou sabendo da repercussão porque uma das cartinhas foi enviada para ela por um dos filhos:

“Uma cartinha do meu filho me chamou e me mandou a reportagem. Eu posso mandar um vídeo dele provando que eu não sou golpista.”

A FOTO FOI ENVIADA E AUTORIZADA POR JENIFFER CASTRO.

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