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Coluna Nova Petrópolis

Coluna de Nova Petrópolis – 13/11/2025

13/11/2025 - 06h00min

Atualizada em 13/11/2025 - 09h07min

Por Anna Bezerra

EM PAUTA

A sessão ordinária de ontem na Câmara “encheu”. Muita gente foi, não só para ouvir, mas para sentir o clima do que anda acontecendo em torno do Decreto Federal 12.686, que mexe com a educação especial. Não é de hoje que o assunto divide opiniões, mas ontem ficou claro: o que mais preocupa não é a proposta em si, e sim o modo como ela chega, fria, distante da realidade de quem vive a inclusão na prática. É o tipo de norma que fala em igualdade, mas esquece que o ponto de partida das pessoas é muito diferente.

INCLUSÃO

O decreto em questão, revisa a Política Nacional da Educação Especial Inclusiva. Na teoria, quer garantir matrícula de todos em classes comuns. Na prática, segundo quem atua nas Apaes, isso empurra alunos com necessidades específicas para um modelo que nem sempre os acolhe. Foi esse o tom da fala do presidente da APAE de Nova Petrópolis, Cristiano Hilebrandt, e da diretora Michele Stumpf, que foram à Câmara explicar o impacto da medida. O auditório cheio, o silêncio atento, parecia mais uma aula sobre empatia do que uma sessão política.

REALIDADE

Michele tranquilizou as famílias: “a APAE não vai fechar”. Mas foi firme ao dizer que a escola corre risco. A parte clínica e social segue, mas a parte educacional é essencial para manter o ciclo completo de inclusão. São 120 usuários atendidos, e só cinco poderiam migrar para escolas regulares. O resto, sem estrutura adequada, ficaria à margem. Falar de inclusão é fácil, difícil é entender o que ela significa na vida real, onde cada avanço é resultado de anos de dedicação e não de decretos de gabinete.

UNIÃO

Os vereadores foram unânimes na defesa da instituição. O presidente da Câmara, Inspetor Robison, prometeu apoio total à revogação do decreto. Marcos Lüdke, autor da moção de repúdio, lembrou que inclusão exige estrutura, e que escolas regulares ainda não têm condições para isso. João Bombeiro chamou o tema de questão de humanidade, e Oraci de Freitas disse já ter buscado apoio político em Brasília. Em meio às diferenças partidárias, pelo menos aqui, o consenso veio: a APAE é indispensável.

LEGISLATIVO

Além da moção contra o decreto, a sessão também aprovou outras duas: uma contra a instalação do pedágio eletrônico no Km 14 da ERS-235 e outra de apoio ao projeto que tenta conter o avanço da privatização de rodovias no Estado. Três projetos de lei também passaram por unanimidade, todos voltados à abertura de crédito e adequações no orçamento municipal. Sessão longa, mas produtiva, dessas que mostram o Legislativo em movimento.

RENOVAÇÃO

E quem voltou ao plenário foi Roberto Morschel (PSB), que assume temporariamente a cadeira do vereador Maicon Daniel Knaak. Estreou agradecendo a oportunidade e lembrando que ética e transparência ainda são o que mais se espera de quem ocupa uma cadeira pública. Simples, direto e certo: política é serviço, não palco.

 

 

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