Corsan explica água escura nas torneiras de Nova Petrópolis

Nova Petrópolis – O gerente local da Corsan, Sadi Zimmermann e a engenheira química responsável técnica pelo tratamento da água, Daiane Moreira, estiveram na Câmara de Vereadores no dia 22 para prestar esclarecimentos sobre o abastecimento de água e a coloração escura registrada no início do mês. O vereador Tarcísio Brescovit (Patriota), o Bresco, levou uma garrafinha com água escura e pediu para que uma amostra fosse analisada.

A engenheira explicou que, naturalmente, a água apresenta manganês, entre outros minerais que causam essa coloração. Quando esses minerais acumulam-se na tubulação agregando-se às paredes e a rede seca, esse fenômeno acontece deixando a água com aspecto de suja. “A água chega na Corsan e nós a tratamos, e levamos muito a sério o nosso trabalho. Não vai sair água da estação com turbidez fora do limite”, disse ela.

Comunicação

Moreira deu razão às reclamações, no entanto disse que o contato deve ser feito diretamente com a Corsan, visto que só assim a companhia tem conhecimento do problema e pode trabalhar para resolvê-los. Bresco afirmou que a comunicação entre a Corsan e a comunidade precisa ser mais transparente e que a população usa as redes sociais para reclamar e comunicar os vereadores sobre os problemas.

Zimmermann destacou que o 0800, criticado pela comunidade, não é a única forma de contato. “Temos outros canais, como o aplicativo e também o atendimento presencial no escritório na Av. Padre Affonso Theobald, nº 1146”, disse o gerente.

Qualidade sobre os canos

O vereador Josué Dreschler (MDB) perguntou se a qualidade do cano pode influenciar na acumulação de magnésio e a engenheira explicou que apenas a oscilação da pressão e da velocidade pode interferir na coloração, e que a limpeza não pode ser realizada em todos os locais ao mesmo tempo. “As tubulações mais antigas não costumam apresentar problemas. Essa acumulação é simples de resolver. Uma equipe abre a rede e limpa, demorando até que ocorra novamente. Nós limpamos conforme identificamos os problemas, por isso é muito importante nos comunicar”, disse.

Zimmermann destacou que 95% dos 130 quilômetros de rede de água é de cano PVC, que não costumam dar problemas. Além disso, explicou que um problema no registro do filtro, que quebrou na estação de tratamento foi o motivo da falta de água. “Esse problema demorou para ser resolvido e ficamos sem energia elétrica. Nosso sistema está no limite, então, se parar de funcionar por uma ou duas horas, já começa a faltar água”, concluiu Sadi.

Moreira e Zimmermann também responderam ao vereador Egon Ackermann (Republicanos) sobre a quantidade de cloro administrado na água e materiais utilizados como coagulantes.

Poço do Juriti e Barragem Santa Isabel

O presidente da Câmara, Alexandre da Silva (PSB), questionou sobre a interligação de energia elétrica no poço da rua São José do Caí, no bairro Juriti, e sobre a limpeza da barragem Santa Isabel. Zimmermann respondeu que a RGE fez a interligação no dia 17 de fevereiro e que o processo não está finalizado porque é necessário melhorias. “Precisamos verificar toda questão operacional porque temos tudo na teoria, não na prática. Acredito que daqui uns 15 dias estaremos com isso concluído”, afirmou.

Sobre a limpeza da barragem, aproximadamente 4.000m³ de material já foi retirado, o que corresponde a cerca de 300 caminhões. “Paramos a limpeza porque choveu e a represa encheu. Agora a represa está com 75% de capacidade”, acrescentou. Sem chuvas, a previsão é reiniciar os trabalhos na primeira semana de março.

Desassoreamento na barragem Santa Isabel (Créd.: Dário Gonçalves)

Por fim, respondeu ao vereador Josué sobre a realidade do projeto de construção da rede de água em São José do Caí. “Este é um projeto mais complexo que está em elaboração, fase burocrática e de estudo. Esse projeto é o futuro, pois a perspectiva é muito boa. Com esses poços, vamos ter uma solução definitiva por muitos anos”, finalizou.