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Crise nacional dos Correios chega a Ivoti e expõe dívidas bilionárias e risco de despejo em mais de 200 agências em todo o Brasil
O fechamento da agência dos Correios em Ivoti, na manhã desta sexta-feira, 17, por ação de despejo, simboliza uma crise que se espalha pelo Brasil. O prédio localizado na Avenida São Leopoldo, 660, já teve o letreiro removido, e a cidade, em plena expansão econômica, ficou sem atendimento postal. O caso local reflete um cenário nacional preocupante: segundo levantamento recente, mais de 200 unidades dos Correios correm risco de despejo em todo o país por falta de pagamento de aluguéis e dívidas acumuladas que somam mais de R$ 2 bilhões.
De acordo com o sindicato da categoria, o encerramento em Ivoti representa um golpe direto à economia local. “Ivoti é um polo industrial e comercial em crescimento. É inadmissível que uma cidade com essa força fique sem uma agência dos Correios. A empresa precisa garantir esse serviço essencial, como prevê a Constituição”, destaca Amanda, representante sindical.
Além de afetar o comércio e as indústrias que dependem da logística postal, o fechamento trouxe prejuízos aos trabalhadores. Muitos terão que se deslocar diariamente para Estância Velha, enfrentando aumento nos custos e na carga de trabalho.
O caso de Ivoti, segundo o movimento sindical, não é isolado. Há registros de ordens de despejo e encerramentos de agências em diferentes estados, reflexo do atraso de aluguéis e da falta de manutenção nos prédios da estatal. O rombo financeiro da empresa levou ao congelamento de investimentos, cortes operacionais e fechamento de pontos estratégicos, o que coloca em risco o funcionamento de centros de distribuição e atendimento em várias regiões.
Enquanto o país enfrenta a possibilidade de colapso em parte da rede postal, comunidades como Ivoti sentem na prática o impacto da desorganização estrutural e da falta de planejamento.
Por Anna Bezerra
