Notícias
DIÁRIO RURAL: Cooperativa escolar da Linha Temerária foca na produção agrícola
Os alunos aprendem a lidar com a terra ao mesmo tempo que conhecem os conceitos de trabalhar em conjunto
GIAN WAGNER BAUM
Nova Petrópolis – As cooperativas escolares são destaque e orgulho para o município berço do cooperativismo e não seria diferente com a CooperBeck, a cooperativa escolar da escola Pedro Beck Filho, da Linha Temerária, que retomou suas atividades neste ano após o período da pandemia. Alunos de 12 e 13 anos, a maioria no sétimo ano do ensino fundamental, se reúnem semanalmente (e até com mais frequência) para “colocar a mão na massa”, ou melhor, “na terra”, e produzir diferentes plantas que serão ou vendidas ou se tornarão alimento para os próprios estudantes da escola.
A produção da cooperativa é focada em chás e temperos, e é com estes temperos que é feito o sal temperado, um dos principais produtos vendidos pela cooperativa. Os alunos vendem também temperos e estão começando a trabalhar com suculentas, plantinhas pequenas de decoração. Praticamente todo esse trabalho é feito pelos alunos na estufa que fica nos fundos da escola e que recentemente ganhou irrigação. Hortaliças também são produzidas na escola, mas ainda não para a venda. A professora Simara Ackermann, que acompanha os alunos, explica que este outro espaço de hortaliças ainda não tem sistema para irrigação. Por isso, a produção de saladas vai direto para a cozinha das merendeiras e, de lá, para os pratos dos alunos. Já a venda ocorre em eventos e pela internet. “Quando tem eventos aqui do município, igual teve a Feira do Livro, a gente vai lá e vende”, explica a presidente da cooperativa, Natiele Marques, que tem 13 anos de idade.
EXPERIÊNCIA PARA O FUTURO – A professora acredita que a experiência dos pequenos com a terra, mas principalmente com o cooperativismo, vai ajudar a preparar os jovens para o mercado de trabalho futuro. “[Isso dá] uma noção de como vai ser o mercado de trabalho. É uma preparação pois aqui funciona como se fosse uma ‘empresa’ de verdade, uma cooperativa, onde cada um tem suas funções e obrigações”, explica Simara.
Quem valida o pensamento da professora é a aluna Roberta Sthal, de 12 anos, que conta que a experiência na CooperBeck ajudou ela a crescer como pessoa. “Foi muito bom assim, sabe, para falar em público. Eu perdi muito o medo de falar com adultos e também aprendi a negociar melhor”, revela a estudante. O colega Nicolas Schatz, também com 12 anos, conta que aprendeu diferentes coisas novas participando da cooperativa. “Aprendi coisas novas, como a liderar. A gente aprende também a cooperar, a ajudar os outros”, conta.
FAMÍLIAS PRODUTORAS – A cooperativa se divide entre associados que vieram de famílias agricultoras e os que aprenderam a plantar na escola. Mesmo os que vieram de famílias de produtores, alguns não tinham tido a experiência com a terra. Outros, como Alice Pinho, de 13 anos, e Felipe Klein, também 13, já tiveram experiências com a agricultura. “Eu tinha meu vô que plantava, aí meu pai as vezes plantava junto”, conta Felipe. Alice conta que vem de família de produtores da agricultura familiar.
PRODUTOS À VENDA
A cooperativa está se organizando para estar cada vez mais presente nos eventos do município. A participação mais recente foi durante a Feira do Livro, quando alunos da CooperBeck estiveram com expositor na Rua Coberta mostrando a produção feita no Vale do Caí. Além disso, quem tiver interesse em comprar tempero, sal, chás e outras variedades de itens produzidos pelos alunos, pode entrar em contato com a cooperativa pelo Facebook (CooperBeck, tudo junto) e fazer sua encomenda para retirar na Feira de Orgânicos, que ocorrem sempre aos sábados pela manhã na Rua Coberta, no Centro.