Conecte-se conosco

Notícias

Dois Irmãos 62 anos: Nosso Hunsrick na Alemanha – parte 1

13/09/2021 - 10h39min

Atualizada em 13/09/2021 - 10h40min

Fotos: Fábio Radke

* por Fábio Radke

Na minha experiência na Alemanha em 2018 identifiquei muitas semelhanças dos nossos costumes com as tradições comuns na região do país de onde partiram os nossos imigrantes. Ao longo de duas semanas estive em uma verdadeira imersão cultural ao lado de um grupo de alunos de uma escola de idiomas. Me deparei com muitas características germânicas que são possíveis encontrar em Dois Irmãos. Encontrei na cidade alemã de Trier, a turma que passei a acompanhar e retratar aquilo que eles iam experimentando. Com o domínio do dialeto Hunsrick e mais algumas aulas de alemão, me arrisquei com destino a região do Mosel, no Estado da Renânia-Palatinado. Aterrissei em Frankfurt, já em meio ao clima festivo da Copa do Mundo na Rússia, e em razão disso, outdoors no aeroporto alemão estampavam os jogadores e algozes da nossa seleção na edição anterior do Mundial. O destino da viagem de metrô era Trier, a mais antiga cidade alemã e com fortes traços romanos. O amor pelo futebol da “Die Mannschaft” presenciei de perto assistindo a transmissão dos primeiros jogos durante um tradicional evento festivo da região – a Altstadtfest. Senti de perto o inconformismo da precoce eliminação da Alemanha no torneio.

Preservação e amor pela cultura

O mesmo amor pelos eventos culturais que percebo em Dois Irmãos, igualmente senti nos alemães. Se aqui o São Miguel é venerado na comemoração do Kerb, algo semelhante observei nos preparativos para a popular Altstadtfest. A tradição é todos os anos, um buquê de flores ser colocado junto a estátua de São Pedro assegurando assim tempo bom nos dias de programação festiva. E olha que, realmente, não choveu nada durante a festa naqueles dias do verão europeu em junho.

Os moradores também abraçam os eventos que invadem o centro da cidade. Bancas de alimentação e os palcos são posicionados próximo dos pontos turísticos, como as catedrais e a famosa Porta Niegra. Uma observação significativa estava na preocupação e cuidado quanto a segurança. Os veículos de grande porte de bombeiros e da Prefeitura eram estacionados no meio de ruas laterais para impedir qualquer possível avanço de veículo para cima do público. A preocupação se justificava. Em dezembro de 2016, um total de 12 pessoas morreram atropeladas em um atentado durante uma feira de Natal na capital Berlim. O terrorismo felizmente não é uma preocupação por aqui.

Religiosidade

A religiosidade do povo da região do Hunsrück é outra marca muito presente. Em uma despretensiosa visita a uma catedral acontecia uma festa da Igreja, jovens assavam pequenas porções de carne suína em uma “schwenkgrill”, havia chope de qualidade e também um balcão cheio de doces como opções de sobremesa. Logo me remeteu aos cafés ou outros eventos religiosos com delícias preparadas pelas senhoras da OASE ou Clube de Mães. As igrejas da cidade, que estão entre as mais antigas da Alemanha, apresentam boa conservação e são verdadeiros cartões-postais.

Alemães assistem transmissão de jogo da Alemanha na Copa

Carne sendo assada em uma “churrasqueira de balanço”

 

Conteúdo EXCLUSIVO para assinantes

Faça sua assinatura digital e tenha acesso ilimitado ao site.