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Dois Irmãos: Guilherme admite que matou Maria atropelada, mas nega embriaguez

24/04/2025 - 10h24min

Atualizada em 24/04/2025 - 14h55min

Júri acontece nesta quinta-feira, em Dois Irmãos. Na imagem, Guilherme responde as perguntas do juiz. (FOTO: Bruno Wingert)

Após ser adiado em novembro do ano passado devido a um problema de saúde do promotor de Justiça, o julgamento de Guilherme Paulo Paetzhold, 35 anos, foi remarcado e ocorre nesta quinta-feira, dia 24, com início às 9h, no Fórum da Comarca de Dois Irmãos. O júri é presidido pelo juiz Miguel Carpi Nejar e é composto por sete jurados — cinco mulheres e dois homens.

Guilherme Paulo Paetzhold está sendo julgado oito anos após o crime.

Durante sua fala, Guilherme admitiu ter atropelado e matado Maria Senia Fröhlich, de 55 anos, mas negou que estivesse embriagado no momento do crime, contrariando o que foi apontado pela investigação policial na época.

O julgamento segue ao longo do dia. A expectativa é que o veredicto saia à tarde.

O caso aconteceu na noite de 1° de dezembro de 2016. Guilherme, então com 27 anos, atropelou Maria Senia e a arrastou por cerca de 160 metros na Av. 25 de Julho, no bairro Floresta. Após o impacto, ele desceu do veículo, retirou o corpo da vítima — preso na roda dianteira de um Renault Sandero —, deixou-o na calçada e fugiu sem prestar socorro.

Vítima ficou agonizando por meia hora

Maria Senia ainda estava viva após o atropelamento e permaneceu caída na rua por cerca de 30 minutos até ser encontrada por populares. Ela foi socorrida em estado gravíssimo e faleceu horas depois no Hospital de Pronto Socorro (HPS) de Canoas.

Preso em flagrante

Guilherme foi preso em flagrante cerca de três horas após o crime, na casa dos pais, no bairro Vale Verde, onde tentou se esconder. Ele lavou o carro, retirou três das quatro calotas e jogou cinzas nos pneus para tentar eliminar vestígios. Uma das calotas foi localizada próximo ao local do atropelamento.

Segundo os registros da época, ele se recusou a fazer o teste do bafômetro, mas apresentava sinais visíveis de embriaguez, como olhos avermelhados, fala arrastada e hálito etílico.

Apesar da prisão, permaneceu no presídio por apenas oito dias. Em 9 de dezembro de 2016, o Tribunal de Justiça concedeu habeas corpus.

Acusação

A acusação é conduzida pelo promotor Wilson Grezzana, do Ministério Público. Guilherme responde por homicídio com dolo eventual — quando se assume o risco de matar —, cuja pena varia de 6 a 20 anos de prisão, conforme os agravantes ou atenuantes do caso.

Uma das principais provas apresentadas pelo MP é o vídeo de uma câmera de segurança de uma residência próxima ao local do crime, que mostra o réu retirando o corpo da vítima do carro antes de fugir. As imagens causaram comoção no Estado e foram amplamente divulgadas na mídia.

A defesa é conduzida pelo advogado Nelson da Silva Silveira. Ele foi procurado pela reportagem antes do júri, mas, não deu retorno.

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