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Dois Irmãos: Investimento na experiência para render qualidade de vida

18/01/2023 - 11h23min

Atualizada em 18/01/2023 - 11h26min

José Lehnen trocou o interior pela cidade, mas não fica longe de suas plantações, como a de milho, onde gosta de capinar. Crédito: Hermes Reich

 

Por Hermes Reich

 

José Lehnen divide seu tempo para plantar, produzir chás e em trabalhos de marcenaria


O valor do conhecimento passa pela experiência de vida. A cada acontecimento, troca de informações e interação entre pessoas, novas iniciativas são executadas com enorme sucesso.
Fabricação de porta cuia e térmica é apenas uma das atividades de José Arno Lehnen, de 73 anos – em 9 de fevereiro completará 74 anos. Para ele, a transformação que os desejos alcançados provocam intensificam o sentimento de bem-estar.

“Fabrico porta cuia e térmica, e isso é uma terapia para mim. Aprendi esse trabalho durante a pandemia de Covid-19. Eu utilizei uma porta cuia da loja como modelo e fui fazendo até ficar igual. Olhei, desenhei e construí.”

José relata que a experiência e dedicação no calçado – trabalhava de cortador de modelagem – facilitou a criação de peças para marcenaria. Ele sempre visualizou o sucesso no trabalho através do conhecimento e da força de vontade e os esforços empreendidos. Dessa maneira, interpreta os resultados alcançados do ponto de vista da melhoria na qualidade de vida.


Reconhecimento ao passado

 

Eu me aposentei trabalhando na fábrica de calçados. Todavia, quando solteiro, nunca deixei de ajudar meus pais na lavoura. Aos sábados e no final do expediente sempre ia com eles trabalhar na roça. Até hoje não esqueço da época que foi muito especial para mim, em que aprendi muita coisa.”

O amor pelo trabalho, em especial na terra, está no DNA de José Lehnen. Essa personalidade também vem sendo estimulada pelo cultivo de tomate na sua horta. Além do mais, o agricultor tem se dedicado ao máximo ao estímulo às novas experiências, e não apenas na esfera da marcenaria e do plantio, mas também da produção de chás.

“Eu via as pessoas vendendo chás, aí pensei: porque não fazer meus próprios chás! E acabou dando certo. Iniciei a preparação das ervas e hoje também sou conhecido por essa prática. Inclusive, tenho um amigo que é caminhoneiro e, certo dia, ele veio até a minha casa para buscar chá. Ele ficou muito contente com o resultado!”

A preparação dos chás acontece na casa de José, na Rua Sapucaia do Sul, 187, bairro União, em Dois Irmãos. A primeira etapa é o cultivo das plantas, na sequência é realizada a colheita, o corte e a secagem das folhas. A etapa final é a moagem da erva, que ele realiza por meio de liquidificador, até virar pó.


Amor pelo que se faz incentiva

 

As experiências em família deram a José impulso para as novas empreitadas, antes e agora na melhor idade. Frente as oportunidades, a expectativa é deixar de ser espectador para se tornar protagonista da própria vida. Para José Lehnen, não é preciso entender de toda a cadeia de produção, basta arregaçar as mangas e trabalhar, além, é claro, de gostar do que se faz.

“Além da produção de chás camomila, gabiroba e espinheira santa, também planto aipim e feijão na terra (cerca de 1,5 hectare) que pertence a minha irmã, no bairro Travessão. Gosto muito da lavoura, carrego esse amor no coração desde criança. Quando estou plantando esqueço de tudo. É mais um tipo de terapia para mim.”

O legado que recebeu do pai foi o amor pelo trabalho

 

José Arno Lehnen reafirma o seu compromisso com o legado que recebeu do pai: o amor pelo trabalho. Durante toda a sua vida (que foi breve: seu pai veio a falecer aos 57 anos de idade) revelou em atitudes a persistência e o respeito pelo trabalho, mas também sabia reconhecer o momento de mudar.

“Eu nasci em Santa Maria do Herval – quando ainda era distrito de São Leopoldo. Meu pai sempre trabalhou bastante e tinha uma linda plantação de batata no Herval, infelizmente um temporal estragou tudo. Ele ficou desanimado e decidiu tentar a sorte em Dois Irmãos, onde exerceu várias profissões. Trabalhou até não conseguir mais.”

Já na idade adulta, nos anos de 1980, José foi morar em uma chácara localizada na estrada de acesso às rampas de voo livre, no Morro Ferrabraz em Sapiranga, onde trabalhou com plantação e na manutenção do local. Foi um período de grande aprendizado.

Lehnen é casado com Maria Nanci, de 68 anos. O casal tem quatro filhos: Fábio, de 47 anos; Fabiane, de 42 anos; Carla, de 32 anos; e Ana Caroline, de 29 anos.

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