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Eleições 2020: O Diário entrevista Ester Dill Koch (DEM), candidata a Prefeitura de São José do Hortêncio
Historicamente o DEM é oposição ao MDB, que está no Governo. E para fazer a frente, o partido teve de se reinventar. Com o falecimento do ex-prefeito Leonardo Arnhold, o cabeça de chapa, Ester Dill Koch assumiu o seu posto na campanha, ao lado de Maurício Heck. A ivotiense de 50 anos é atual presidente da Câmara.
Caso seja eleita, qual será o seu primeiro ato no governo?
“Minha premissa é governar para todos. E tendo isso em vista, meu primeiro ato será de montar uma equipe de três pessoas, uma comissão não remunerada, para trabalhar a vinda de empresas para o município. Ela ficará a cargo de estudar a viabilidade de trazer negócios de pequeno e médio porte, com a possibilidade de pensar em empresas maiores. Vejo isso como uma medida urgente”.
Hortêncio realizou diversas obras nos últimos anos, em especial em ampliação de espaços e pavimentações. O que a candidata propõe neste sentido?
“Entendo que é importante calçar ruas, mas isso no meu ponto de vista é uma questão de melhorias, que é relevante também. Mas creio que a cidade precisa ser embelezada e a avenida principal seria uma dessas questões. Tenho um sonho também de construir um pórtico de entrada. Nossa estrada de acesso e a ponte precisam de melhorias urgentes, e inclusive temos projeto para esta finalidade”.
Estamos em uma pandemia. Mesmo que haja uma vacina ou cura, você terá que lidar com uma nova realidade social e econômica. Como a candidata irá trabalhar?
“Se a vacina vier, vai trazer calma para população e o mercado. Uma perspectiva mais positiva, sem angústia e medo. Teremos de nos agarrar muito, no ano que vem, a recursos estaduais e federais, inclusive para a economia do município. Teremos muitos problemas sociais também. Pessoas com problemas de depressão e ansiedade. Mas vamos conseguir absorver e achar uma saída”.
Cada vez mais está em alta a transparência no Poder Público. Qual sua opinião sobre o assunto e, caso eleita, como você pretende ser transparente na gestão?
“Acredito que, quando o povo te escolheu para representá-lo – seja no Legislativo ou Executivo – tu tens que prestar contas sobre o dinheiro que é investido em todos os setores da Administração. Tem que dividir isso com a população e escutar os seus anseios. Entender o que é prioridade para aquela localidade. São informações dos recursos que vêm dos impostos que eles pagam”.
Consultando a população, boa parte fez apontamentos relacionados às comunidades do interior, indicando que não há a devida atenção. Quais políticas a candidata propõe a estas localidades?
“É necessário ver o que as localidades precisam. Não ter somente um olhar para a área urbana. Nossos colonos têm dificuldades com transporte. Muitas vezes eles não têm condições de pagar uma locomoção. Temos que pensar em políticas públicas voltadas para o tema, oportunizar às pessoas a locomoção dentro da cidade. É importante manter as estradas em boas condições também”.
A agricultura familiar é uma marca da nossa região. Quais demandas pretende concretizar para fortalecer os trabalhos no campo?
“Continuar incentivando o agricultor através do bônus que já existe, mas com melhorias. Intensificar a lei de incentivo à construção de aviários, pois ainda temos muito espaço para estas estruturas. Propor parcerias, como hoje já existe com a Emater, que presta um excelente trabalho. Queremos fortalecer este vínculo com a agricultura familiar, além de fortalecer as linhas de incentivo”.
Principais desafios:
“O maior desafio para a próxima gestão, na minha opinião e que certamente é um dos temas que mais conversamos dentro do partido, é o de aumentar a arrecadação interna do município. Vamos trabalhar com o objetivo de trazer novas empresas e empreendimentos para fomentar o comércio, para que possamos gerar renda e empregos. Queremos estimular a economia e fazê-la girar. Em um primeiro momento, este será o principal desafio”.
INFRAESTRUTURA
“Neste aspecto até acredito que o município está bem. Mas claro, precisamos rever alguns pontos, há muito para se melhorar, em especial na questão de acessibilidade e embelezamento, como já mencionei a própria avenida central. Vamos projetar abrir novas ruas também. Eu converso muito com as crianças, elas me procuram com frequência, e percebo nelas um anseio por praças. Elas falam muito de pontos de lazer, mas não somente isso, mas também a necessidade de manter em condições de uso os locais existentes. Apesar de não ser um problema, há muitas coisas a serem melhoradas”.
DESPORTO E LAZER
“Nós temos a ideia de diversificar um pouco. De estimular a prática esportiva em outras modalidades também, porque aqui a cultura leva o futebol a ser o principal esporte. Mas temos outras formas de promover lazer e cultura. O que nos pediram, por exemplo, é promover gincanas. É uma forma de gerar o maior envolvimento social da comunidade. Trata-se de uma boa maneira de trazer lazer e engajamento, o encontro de famílias. Também queremos reformular o parque municipal. Temos já várias ideias e projetos alinhavados. Esperamos colocar tudo isso em prática futuramente”.
COMÉRCIO E INDÚSTRIA
“Foi uma das coisas que nos preocuparam muito nesses dias de campanha. Nós estamos visitando o comércio e há uma queixa regular de que os moradores têm uma cultura de comprar fora daqui. E o comércio tem pouco incentivo por parte da máquina pública. Não há muitas linhas de incentivo. Temos que fortalecer isso através de programas, para que a comunidade abrace o comércio local e invista aqui. Os comerciantes se mantiveram firmes durante a pandemia. E olha que o comércio alimentício até sobrevive bem, mas no segmento de serviços não essenciais há muita dificuldade”.
EDUCAÇÃO
“A educação para mim é a base de tudo. Eu sempre digo que educação nunca será uma despesa, mas sim um investimento. Venho acompanhando nosso desenvolvimento e, percebo que nos últimos anos, o município caiu no Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb), e eu me preocupo muito com isso. Como exemplo, eu tenho um filho que está no 9º ano e vejo as dificuldades que ele passa na escola. A população também espera que a educação seja mais valorizada, que os nossos profissionais sejam mais valorizados também. Penso que a educação básica precisa ser fortalecida”.
SAÚDE
“Saúde é uma das áreas que me familiarizo melhor. E observando, eu senti muito desamparo para a minha população. Não é uma crítica, mas a comunidade se queixa de não ter contato ou vínculo com os profissionais da Saúde que estão trabalhando. Muitos deles acabam trocando: em um dia presta o atendimento e no outro já não tem mais. A gente precisa resgatar um pouquinho esse amparo e valorizar os profissionais que atuam aqui. Eles precisam de atenção também, mas a nossa população ainda mais. Temos que fortalecer a atenção básica para que isso se reflita na qualidade de vida de todos”