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Aprovação de Lula desaba para 24% e é a pior de todos os seus mandatos

15/02/2025 - 08h41min

Atualizada em 15/02/2025 - 08h50min

A aprovação do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) caiu de 35% para 24% em dois meses, atingindo o menor nível de suas três gestões à frente do governo federal. A reprovação subiu de 34% para 41%. O levantamento do instituto Datafolha foi realizado nos dias 10 e 11 de fevereiro, ouvindo 2.007 eleitores em 113 municípios. A margem de erro é de dois pontos percentuais. A queda reflete crises recentes, como a tentativa de fiscalização de transações via Pix e o aumento dos preços de alimentos.

Impacto do caso Pix e gestão da comunicação

A divulgação de que o governo monitoraria transferências bancárias acima de R$ 5.000 gerou forte reação negativa. A medida foi revogada pelo Ministério da Fazenda, mas o episódio alimentou a narrativa de que haveria uma possível taxa sobre o sistema de pagamentos. O governo, surpreendido com a repercussão, culpou falhas na comunicação e promoveu mudanças no setor. O marqueteiro Sidônio Palmeira assumiu a chefia, substituindo Paulo Pimenta.

Inflação de alimentos e declarações polêmicas

O aumento dos preços dos produtos básicos continua sendo uma das maiores preocupações da população. Uma declaração de Lula, sugerindo que os brasileiros evitassem comprar itens caros, gerou reação negativa. A frase foi explorada por opositores, reforçando a percepção de distanciamento do presidente em relação à realidade econômica da maioria da população.

Comparativos históricos e cenário político

O índice de aprovação atual é inferior aos 28% registrados em 2005, no auge da crise do mensalão. A reprovação superou o recorde de 34%, alcançado em dezembro de 2024. O atual mandato vinha apresentando estabilidade, com média de 36% de aprovação e 31% de reprovação ao longo de pesquisas anteriores.

O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), seu principal adversário na polarização política, tinha 40% de avaliação negativa no mesmo período de sua gestão, mas contava com 31% de apoio.

Perdas de apoio entre grupos específicos

A queda na popularidade afetou setores tradicionalmente alinhados ao governo petista. Entre os eleitores com renda de até dois salários mínimos, a aprovação caiu de 44% para 29%. O mesmo ocorreu entre aqueles que possuem apenas o ensino fundamental, com redução de 53% para 38%. No Nordeste, região histórica de apoio ao PT, a avaliação positiva despencou de 49% para 33%.

Entre aqueles que votaram em Lula no segundo turno de 2022, houve queda de 20 pontos percentuais na aprovação, agora em 46%. O percentual de avaliação regular aumentou de 27% para 40%, e a reprovação dobrou, passando de 7% para 13%.

Perspectivas para o governo e oposição

O presidente tem buscado reagir à queda de popularidade, atribuindo a situação à propagação de informações falsas. “Esse é o meu ano. Eu quero desmascarar essa quantidade de mentira que tem nas fake news, no celular, todo mundo mentindo para todo mundo”, afirmou em viagem ao Norte do país na semana passada.

Enquanto isso, a oposição se movimenta. O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), surge como potencial candidato em 2026. Outros nomes ligados ao bolsonarismo, como Pablo Marçal e o cantor Gusttavo Lima, também testam sua popularidade. Bolsonaro permanece inelegível até 2030.

 

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