Por Cleiton Zimer

Dois Irmãos – Sabe aquelas cenas de filme, em que depois de muito esforço e dedicação os personagens abrem o celular e vêem as redes sociais bombando com o resultado do seu trabalho – com milhares de seguidores e milhões de visualizações? 

Pois é, foi o que aconteceu com a dupla Augusto & Rafael – de Dois Irmãos – que sempre foi apaixonada pela música.

A carreira deles começou há sete anos – que foram de incansável dedicação, com altos e baixos -, mas sem nunca deixar de acreditar no poder que a música têm de envolver as pessoas.

Mas foi nos últimos dias que os cantores passaram a vislumbrar novos horizontes com a canção ‘Dona Chica’, que viralizou nas redes sociais depois que a noiva de Augusto, Luana Eidt, 26 anos, criou uma dancinha com diversos vídeos nas redes sociais com os dizeres: “Mais um dia tentando viralizar a música do meu noivo”.

Luana insistiu, insistiu, e deu certo. O ponto alto da música e que gerou engajamento é ‘Cê não merece Palmas, merece o Tocantins inteiro’. Começou a bombar em diversas plataformas, principalmente no Tik Tok, chegando aos quatro cantos do Brasil.

Um dos destaque – e que levou ‘Dona Chica’ para a mídia nacional –, é a influenciadora Rafa Kalimann, que publicou o vídeo dançando e cantando o trecho da música, escrevendo: “Trabalhando e lembrei que Luana precisa da nossa ajuda pra estourar essa música boaaaa. Luana fofa.”

O resultado: milhões de acessos e pessoas cantando a música de Augusto & Rafael por todo o País.

“Gratidão e felicidade por tudo”

A reportagem conseguiu falar com Nicolas Rafael. “A gente está aqui, meio sem direção, tem bastante coisa acontecendo. Só fica o sentimento de gratidão e felicidade por tudo”, disse.

E todo esse sonho, que hoje brilha Brasil afora, começou lá atrás. “A gente se reuniu, ensaiou, e começamos a tocar nos barzinhos”, lembra. Passaram a postar os vídeos na internet e caíram no gosto da região.

Depois gravaram o primeiro projeto que é ‘Ministério da Sofrência’. “Tivemos um alcance bem considerável aqui na região. A música tocou bastante na Rádio Alegria e ficou em alta, número 1, a mais ouvida no Estado por um dia”, conta Rafael.

Ali já despontava um certo sucesso. “Depois a gente fez mais duas músicas que também foram bem executadas, mas não tão quanto a ‘Ministério da Sofrência.”

O cantor conta que entraram numa produtora na qual ficaram por dois anos e começaram a conquistar também a região de Porto Alegre, São Leopoldo e Novo Hamburgo. “Depois saímos e veio a pandemia, que foi bem complicada para todo mundo.”

E a ‘Dona Chica’, quando surgiu?

Antes mesmo da pandemia, a dupla já tinha comprado a música ‘Dona Chica’. “Se não me engano, três anos que temos ela. A gente tinha gravado, só que a gente não lançou porque tinha iniciado a pandemia.”

Rafael disse que, com o tempo, passaram a não mais gostar da melodia que tinham criado. “Aí a gente deixou no esquecimento e não trabalhamos mais nela, já estávamos querendo comprar outras músicas.”

Entretanto, no início do ano passado, em fevereiro, se reuniram com a OL Produções – que são os atuais parceiros, para gravar uma nova música que tinham comprado. “Em conversa com nosso produtor ele disse ‘gurizada vamos gravar um DVD, vocês têm potencial. A música é muito boa. Vocês têm mais a Ministério e essa, que é a Dona Chica”, lembra o cantor.

Eles compraram a ideia. “Mesmo sem condição financeira, mesmo sem agenda de show.”

O trabalho foi longo. Ficaram de fevereiro até setembro trabalhando as músicas em estúdio. Além disso, cada um deles tem seu emprego então, tiveram que conciliar horários, família, amigos, shows e tudo mais.

Gravaram quatro músicas autorais, das quais ‘Conversa Mole’ e ‘Dona Chica’ estão disponíveis, além de pot-pourri’s.

“Em outubro gravamos nosso DVD, em Ivoti, só para convidados. Tudo por conta e risco nossa. A gente não têm nenhum investidor, empresário”. Alugaram um espaço, contrataram equipe, equipamentos e fizeram acontecer.

Em fevereiro lançaram ‘Conversa Mole’. “Estourou, tocando graças a Deus em todas as rádios do Vale dos Sinos e região.”

Na sequência lançaram ‘Dona Chica’. “Viralizou pelo fato da dancinha do Tik Tok que a Luana, noiva do Augusto fez. De segunda-feira para cá já alcançamos números impressionantes, milhões de acessos. São números muito grandes e temos muito orgulho de dizer que isso é uma construção que a gente fez junto”, destaca o cantor.

O surgimento da expressão

Rafael conta que a música é de composição de Kauê Segundêro, de Ituiutaba-MG, Felipe Marins, do Sul de Minas, Matheus Oliveira de Anápolis-GO e Gregory Castro também de Anápolis.

“O ‘Cê não merece Palmas, merece o Tocantins inteiro’ surgiu porque o Gustavo Lima, no show, depois de uma música, falava ‘Vocês não merecem Palmas, merecem o Tocantins inteiro’, ele já usava essa referência”, explica Rafael.

Disse que depois, Hugo e Guilherme também gravaram um DVD e, no final de uma música eles falaram, ‘Vocês não merecem Palmas, merecem o Tocantins inteiro’. “E isso ficou na cabeça dos compositores, pegaram e fizeram essa música e surgiu a Dona Chica.”

EM TEMPO: a reportagem entrou em contato com Augusto mas ele não conseguiu responder até o fechamento desta reportagem. Assim que possível traremos um pouco da sua história, que foi de muitas lutas e superações – assim como da sua noiva, “culpada” por esse sucesso ter viralizado.