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Com disposição de sobra, Hedi é exemplo de força e determinação em Santa Maria do Herval

05/08/2022 - 05h30min

Hedi ajuda a fazer o almoço, descascando batatas (FOTO: Cleiton Zimer)

Por Cleiton Zimer

Santa Maria do Herval – Esbanjando alegria e simpatia, dona Hedi Sachetti é um exemplo de simplicidade, força e determinação. Aos 75 anos ela é fã de uma boa conversa, conta as histórias da vida e nunca deixa de trabalhar, nem que seja só para passar o tempo.

Apoiada sobre a janela da cozinha, o sorriso dela foi um convite para parar e trocar uma prosa. Sentada ao lado do fogão a lenha na companhia da amiga Josela Marchner Zimmer, 54 anos, que a cuida diariamente [dando todo o apoio e cuidado de que merece], contou que sempre trabalhou na roça, até recentemente.

Era um dia nublado e frio, mas, com disposição de sobra, fez questão mostrar um pouco do seu dia a dia. Usou uma touca, um casaco, pegou pasto e foi alimentar as galinhas. Depois, passou por debaixo da cerca e mostrou o porco gordo que tem no chiqueiro. A descida era um pouco íngreme, mas os passos dela foram firmes, cheios de energia.

SEMPRE MOROU NO MESMO LUGAR

Ela mora na localidade de Alto Padre Eterno. Vive na mesma propriedade desde criança, mas, já residiu em quatro casas diferentes. A primeira, onde nasceu, não existe mais. Depois, a família construiu outra, uma enxaimel, que permanece lá. Quando se casou ela e o esposo Fermino construíram a própria residência, logo ao lado. Hoje, ela mora temporariamente com o filho Marcelino, 52 anos – diz que ficará lá só durante o inverno e, depois, voltará à própria casa.

Ela não para. Todos os dias vai alimentar as galinhas. (Créd. Cleiton Zimer)

 

Fez questão de mostrar o porco gordo que tem no chiqueiro (Créd. Cleiton Zimer)

A vida inteira de luta na roça

Hedi é filha de Emílio e Olívia Henrich. Tem mais uma irmã, a Seda Vier, que tem 71 anos. A família desde sempre trabalhou na roça. “Tudo na base da enxada, carroça, arado e bois. Não tinha maquinário como hoje”, conta.

Plantavam de tudo, desde milho, arroz, batata. Carne tinham por conta própria. Só uma e outra coisa iam comprar e, para isso, cavalgavam até o armazém de Aloísio Kuhn ou, de Arno Haubert, ambos em Boa Vista do Herval. Lá eles trocavam o que tinham por outros produtos, como açúcar, sal, erva-mate. “Levávamos até galinhas para vender”, explica.

Hedi em frente a casa antiga onde morou com a família. Hoje, ela reside exatamente ao lado. (Créd. Cleiton Zimer)

Sete filhos

Aos 20 anos se casou com Fermino Sachetti. Juntos tiveram sete filhos. Fermino teve câncer e faleceu há 15 anos.

Hedi afirma que ela, o esposo e as crianças continuaram trabalhando na lida da agricultura. Juntos conquistaram muitas coisas.

Ao longo dos anos os filhos foram seguindo outros rumos e, hoje, somente dois continuam como agricultores.

Enfrentando e vencendo batalhas

No ano passado Hedi ficou doente. “Eu nem conseguia me servir a comida direito de tão fraca que estava”.

Mas agora está totalmente recuperada. “Sie haben mich rausgefüttert”, disse, brincando, se referindo que a Josela a alimentou tão bem que ficou forte novamente.

Antes de ficar doente, até os 73 anos, ela continuava firme na lida da roça. “O que eu mais gostava de fazer era plantar milho com o ‘planzmaschine’. Depois a gente colhia e dava para as galinhas e os outros bichos”.

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