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Deputado de Dois Irmãos protagoniza cena de tensão na Câmara ao impedir presidente de assumir cadeira

08/08/2025 - 07h38min

Um momento tenso marcou a noite de quarta-feira (6) na Câmara dos Deputados, quando o deputado federal Marcel van Hattem (Novo-RS), natural de Dois Irmãos, ocupou a cadeira do presidente da Casa e se recusou a deixá-la. A atitude ocorreu durante mobilização de parlamentares da oposição contra a prisão domiciliar do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e em defesa de um projeto que prevê anistia aos envolvidos nos atos de 8 de janeiro de 2023.

A cena fez parte de uma estratégia articulada pela oposição, que desde a noite anterior havia ocupado a Mesa Diretora, paralisando temporariamente as atividades legislativas da Câmara e do Senado. A ação buscava pressionar o Congresso a pautar temas ligados ao bolsonarismo, com o gesto simbólico de sentar na cadeira presidencial servindo para ampliar a visibilidade do protesto.

A tensão aumentou quando a polícia legislativa foi posicionada na entrada do plenário, enquanto o presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), encontrava resistência para reassumir o comando da sessão. Motta chegou a ameaçar suspender o mandato dos deputados que continuassem impedindo os trabalhos.

Após alguns minutos de negociação, van Hattem deixou a cadeira, permitindo que a sessão fosse iniciada. Motta afirmou que “a democracia não pode ser usada como moeda de troca” e prometeu rigor na resposta a atos que comprometam o funcionamento das instituições.

Trajetória política e ligação com Dois Irmãos

Marcel van Hattem está no segundo mandato como deputado federal e foi o mais votado do Rio Grande do Sul em 2018, com 349,8 mil votos. Sua carreira começou como vereador em Dois Irmãos, onde construiu a base política que o levaria a ocupar cargos de maior projeção. Também foi deputado estadual antes de chegar à Câmara Federal.

Entre suas bandeiras, defende o projeto “Escola Sem Partido” e já esteve à frente de manifestações pelo impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff. É conhecido por um posicionamento alinhado à direita e por forte atuação nas redes sociais.

Polêmicas recentes

No ano passado, passou a ser investigado pelo Supremo Tribunal Federal (STF) após chamar o delegado da Polícia Federal Fábio Alvarez Shor de “bandido”, em discurso no plenário. O caso está sob relatoria do ministro Flávio Dino e tramita em sigilo.

O parlamentar também esteve envolvido em disputas internas no Movimento Brasil Livre (MBL), o que levou a rachas e troca de críticas públicas com antigos aliados.

 

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