Conecte-se conosco

Estado - País - Mundo

Dia do Sapateiro: mais de 60 anos trabalhando com sapatos em Dois Irmãos

28/10/2022 - 05h55min

Atualizada em 28/10/2022 - 14h34min

Ana Loeli Troes trabalha há mais de 60 anos com sapatos . Créditos: Giordanna Benkenstein Vallejos

Por Giordanna Benkenstein Vallejos

Dois Irmãos — Completando 73 anos no dia de hoje, Ana Loeli Troes, em sua simplicidade, resguarda uma força de trabalho e de conhecimento imensuráveis. Ela está há nada menos do que 58 anos como funcionária na fábrica de calçados do Wirth e aproximadamente 30 anos aposentada, sem nunca deixar de trabalhar.

A carreira dela iniciou ajudando a irmã na produção de sapatos em casa, quando tinha apenas 10 anos. Depois, quando completou 14 anos, entrou na empresa que está até hoje. No início, ela começou no Wirth virando sapatos e passando cola. “Poderia ser assim também hoje em dia, começar o trabalho mais cedo, talvez não iria ter tantas coisas ruins no mundo”, opina Ana.

Ana fazendo ponto celeiro no seu local de trabalho. Créditos: Giordanna Benkenstein Vallejos

Crachá 33

Ana relata que a fábrica era muito diferente no começo. “Não tinha modelagem, a fábrica era bem pequena. Lembro que eu tinha o crachá 33 e eu era a última que havia começado, então eram em média 33 pessoas. Desde o começo gostei do trabalho, até por isso que hoje sigo aqui, é como uma família para mim ”, disse ela.

Ponto celeiro

Depois de algum tempo, o contramestre dela aprendeu uma nova técnica no SENAI e decidiu ensinar para ela. Ana aprendeu rápido e a partir daquele dia, seu foco passou a ser a técnica aprendida, chamada de ponto celeiro. Na atualidade, ela ensinou para muitas pessoas mais jovens como fazer esse tipo de costura. O ponto celeiro é uma costura manual, usada especificamente para calçados do tipo mocassim. Como é um trabalho feito à mão, Ana pode fazer seu serviço sem muito esforço físico, sentada em uma cadeira.

Prazer em trabalhar

Ana Loeli Troes é uma solteirona, como ela mesma se denomina. Ou seja, por ter começado a trabalhar desde a infância, o Wirth é a sua maior referência de família e sua fonte de socialização. “Toda vez digo, acho que início do ano eu vou parar. Daí chega o início do ano e decido ficar mais um pouco e assim foi indo. É bom vir trabalhar, porque tem as colegas de serviço, em casa fico muito sozinha. A coisa que eu mais gosto é trabalhar no sapato, desde criança eu faço isso”, conclui Ana.

Ana Loeli Troes com sua amiga e colega Carine Fuhr

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Conteúdo EXCLUSIVO para assinantes

Faça sua assinatura digital e tenha acesso ilimitado ao site.