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Dois Irmãos: uma cidade de voluntários  

16/09/2022 - 15h55min

Atualizada em 16/09/2022 - 15h56min

 Cisternas promovem bem-estar para as famílias do sertão. Créd. Arquivo pessoal

Por Giordanna Benkenstein Vallejos

 

 

Imagem da última viagem de Diogo com o Instituito Luss. Créd. Arquivo pessoal

 

Dois Irmãos – É notável o número de moradores que fazem bem ao próximo, assim como a quantidade crescente de entidades presentes no município. O poder desse espírito solidário pode ser visto na reforma da ala psiquiátrica do Hospital São José, na beleza do Natal dos Anjos, nos venezuelanos que estão aprendendo português gratuitamente e nas crianças que ganharam óculos. Os exemplos são extensos e é praticamente impossível citar todas as entidades e ações solidárias: algo que diz muito sobre a essência de quem vive em Dois Irmãos.

Diogo Moeller Farias trabalha no Laboratório Diagnóstica. Assim como diversas outras pessoas do município, ele divide seu tempo entre a profissão e o trabalho como voluntário. Ele é o atual diretor do núcleo de projetos Instituto Luss. Recentemente, Diogo esteve em uma missão no Piauí, com o objetivo de construir cisternas para melhorar a situação de quem convive todos os dias, com a seca e a sede. As informações são baseadas no depoimento de Diogo e nos dados do perfil das redes sociais do @institutoluss.

 

Famílias se mantêm carregando galões de água por longas distâncias. Créditos: Guto Oliveira

 

 Sobre o Instituto Luss

O instituto surgiu em 2016, e é uma organização de impacto e adoção comunitária, que desenvolve projetos sociais em comunidades carentes, nas regiões do semiárido brasileiro, dando acesso a água.

O foco principal é promover o desenvolvimento econômico da região através do fornecimento da água. Os voluntários são de diversas regiões do Brasil. O principal local de atuação é no Piauí.

Eles constroem cisternas para as comunidades e as pintam de amarelo, simbolizando a riqueza cultural do Brasil.

 

 

Acesso a água muda tudo

Voluntários põem a mão na massa para ajudar o próximo. Créd. Arquivo pessoal

Dois irmãos é um dos principais focos do Instituto Luss, pois é o local onde Diogo e outros voluntários montam todo o projeto. O Piauí foi escolhido por ser o estado com a maior desigualdade de recurso hídrico do Brasil. A população passa por um processo de estiagem de até 9 meses. Muitas casas não têm torneiras e nem chuveiros, pois não tem água encanada. Além disso, milhares de famílias que moram no sertão precisam caminhar por quilômetros carregando galões de água para sobreviver.

 

 O trabalho voluntário

O propósito do Luss é dar voz a essas comunidades, promovendo independência, autonomia e dignidade. O projeto tem três etapas: primeiro eles fornecem acesso a água, fazem a segurança alimentar das famílias e por terceiro fomentam a economia na região. “Nós não trazemos apenas a água, mas também um olhar de esperança. Os voluntários abraçam a comunidade, brincam com as crianças. A adoção social as vezes é tão importante quanto o próprio recurso hídrico.”, disse Diogo. Até o final do ano, o objetivo é entregar 120 cisternas e perfurar 24 poços.

Cada cisterna tem 16 mil litros, que mantém uma família de 6 pessoas, por até seis meses com água potável, com um custo de R$ 4,5 mil para o instituto. A construção é realizada inteiramente por voluntários. No final eles fazem a entrega da cisterna sem custo para a família. Eles também têm especialistas que ajudam a diagnosticar quais tipos de atividades podem gerar renda para as comunidades assistidas pelo instituto, de forma que consigam se desenvolver economicamente e socialmente.

Para ser voluntário, basta ter vontade de trabalhar e condições físicas para isso. Não é preciso ter experiência com construção, tudo é ensinado durante a missão. Os custos de deslocamento são financiados pelos próprios voluntários e as viagens são organizadas periodicamente. Quem tiver interesse, pode acessar o perfil @institutoluss e realizar o cadastro. Além disso, a entidade aceita doações pelo CNPJ/PIX: 34.443.678/0001-60.

Além de transformar a vida de uma comunidade com a construção da cisterna, o voluntário aprende interagindo com a comunidade, brincando com as crianças ou até mesmo fazendo castanha de caju. No momento de descanso, pode conhecer locais como o Parque Nacional da Serra das Confusões. Por lá, além da beleza natural dos paredões e da biodiversidade da caatinga, estão sítios arqueológicos que datam do início da civilização na América.

 

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