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FIQUE ATENTO: Criminosos se passam por agentes de bancos e causam prejuízos na região
O golpe é antigo, mas, os estelionatários têm inovado cada vez mais
Por Cleiton Zimer
Uma antiga modalidade de golpe está voltando a preocupar instituições bancárias diante da inovação constante dos criminosos. Clientes relatam receber ligações que aparentam ser da agência onde possuem conta. O número exibido no identificador de chamadas corresponde ao da agência ou ao contato salvo no celular, geralmente vinculado ao gerente responsável.
Segundo o delegado Felipe Borba, da Delegacia de Dois Irmãos, golpistas se apresentam como funcionários do banco, utilizando nomes verdadeiros dos gerentes ou colaboradores, e alegam ter identificado uma suposta transferência suspeita. Durante a ligação, induzem a vítima a realizar ações como contratar empréstimos, efetuar transferências ou fornecer informações confidenciais, sempre sob o pretexto de resolver a situação apresentada.
Técnicas para enganar as vítimas
Segundo Borba, os criminosos têm utilizado aplicativos para mascarar números de telefone, simulando o contato oficial da agência. Além disso, contam com acesso a bancos de dados que fornecem informações detalhadas sobre as vítimas, como nomes, endereços, CPF, parentes e até detalhes profissionais. Esse conhecimento é usado para criar uma falsa sensação de credibilidade.
“Sempre manter a atenção para que não se impressione com informações pessoais extremamente detalhadas.”
Os golpistas, em muitos casos, realizam as chamadas fora do horário bancário, dificultando que a vítima consiga verificar a veracidade do contato diretamente com a agência. Outra prática comum é orientar que a vítima compareça à agência no dia seguinte para formalizar o suposto procedimento, ganhando tempo para transferir e pulverizar os valores obtidos.
Prejuízos e limitações para reverter os danos
Os prejuízos causados por esse tipo de golpe são expressivos. “O volume de prejuízo que está sendo causado às vítimas é elevadíssimo”, alerta Borba.
Como as transações fraudulentas contam com a participação ativa da vítima, seja fornecendo dados ou realizando movimentações, a recuperação dos valores muitas vezes depende da política do banco ou da capacidade de bloqueio dos valores em tempo hábil, salienta o delegado.
A depender do caso, a vítima pode enfrentar dificuldades para responsabilizar a instituição financeira, uma vez que a falha de cautela é frequentemente apontada como o fator determinante para a ocorrência do golpe.
Recomendações de segurança
Para evitar cair nesse tipo de golpe, as orientações são claras:
– Desconfie de contatos telefônicos que solicitem informações ou ações relacionadas a movimentações financeiras;
– Bancos não fazem ligações para tratar de transferências suspeitas, pois esse tipo de situação é gerido diretamente pelos sistemas internos;
– Caso receba uma ligação desse tipo, não forneça dados nem realize operações solicitadas. Compareça pessoalmente à agência para esclarecer dúvidas;
– Em caso de suspeita ou confirmação de fraude, procure imediatamente o banco durante o horário comercial. Se o golpe for detectado fora desse período, registre uma ocorrência na delegacia o quanto antes.
O papel das vítimas e da polícia
Os estelionatos dependem da representação formal das vítimas para que as investigações possam avançar. Em situações de golpe, é essencial agir rapidamente, pois há chances de reverter ou minimizar os prejuízos, seja por meio de bloqueios financeiros realizados pelo banco ou de ações legais promovidas pela polícia.
Borba ressalta que a atenção às informações pessoais e a desconfiança diante de contatos que envolvam questões financeiras são medidas indispensáveis para se proteger de golpes cada vez mais sofisticados.