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Homem que matou os quatro filhos com facadas e por asfixia é condenado a 175 anos de prisão no RS
David da Silva Lemos foi condenado a 175 anos de prisão pelo assassinato dos quatro filhos em Alvorada, na Região Metropolitana de Porto Alegre. O crime ocorreu em 13 de dezembro de 2022, e o julgamento foi encerrado na noite desta quarta-feira (14).
O réu foi considerado culpado por três homicídios triplamente qualificados e um homicídio quadruplamente qualificado, segundo decisão do júri formado por quatro mulheres e três homens. Conforme o Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul (TJRS), ele não poderá recorrer em liberdade.
As vítimas são:
- Yasmin, 11 anos
- Donavan, 8 anos
- Giovanna, 6 anos
- Kimberlly, 3 anos
Três das crianças foram mortas com golpes de faca, e uma morreu por asfixia, conforme a investigação. Os corpos foram encontrados na residência do pai, em Alvorada, por volta das 19h30 do dia do crime, após a família acionar a polícia.
Julgamento
O julgamento começou na terça-feira (13) no Salão do Júri do Foro da Comarca de Alvorada, no bairro Piratini, sob presidência do juiz Marcos Henrique Reichelt, da 1ª Vara Criminal Especializada em Júri.
A defesa de David, formada pelos advogados Thaís Constantin, Deise Dutra e Marçal Carvalho, afirmou ao portal g1 que “não se surpreende com o resultado”, mas que recorrerá da decisão.
Depoimentos
No primeiro dia de júri, a mãe das crianças, Thays da Silva Antunes, prestou depoimento. Ela relatou um relacionamento de 11 anos com o réu, marcado por ciúmes excessivos e comportamento possessivo. Três meses antes do crime, Thays sofreu uma agressão física, registrou ocorrência e obteve medida protetiva, mas voltou a ter contato com o ex-companheiro posteriormente.
O réu optou por permanecer em silêncio durante o interrogatório.
Também foram ouvidos:
- Um tio de David, que o descreveu como uma pessoa reservada e distante das crianças;
- Um homem de 34 anos, que entregou à polícia a mochila e o telefone deixados por David em um bar na Orla do Gasômetro, em Porto Alegre, onde ele foi visto alcoolizado e discutindo ao telefone;
- Uma perita judicial, que prestou esclarecimentos técnicos após as demais testemunhas.
Prisão e confissão
David da Silva Lemos foi preso no dia seguinte ao crime, em um hotel na capital gaúcha. À polícia, no momento da prisão, ele teria confessado o crime, afirmando que deu calmantes às crianças antes de matá-las. No entanto, durante o depoimento formal, já acompanhado por um defensor público, optou por não falar.
A avó materna das crianças afirmou que o homem já havia agredido a filha anteriormente e acredita que os assassinatos tenham sido cometidos para atingir a ex-companheira.