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Importância do Kerb para as famílias de Dois Irmãos

23/09/2022 - 10h17min

Atualizada em 23/09/2022 - 10h21min

Por Geison Machado Concencia

Dois Irmãos – O 193º Kerb de São Miguel começou oficialmente na manhã desta sexta-feira, 23, e sua programação vai até quinta-feira, 29. A cidade está enfeitada e preparada para receber os moradores e turistas para o evento. Mas os festejos de Kerb não se restringem ao Centro do Município. Essa é uma tradição cultivada por muitas famílias que celebram a data carregando os costumes que adquiriram com seus antepassados. Entre os hábitos herdados estão as roupas, dança e culinária típica.

O Diário ouviu pessoas que mantêm viva a tradição e preparam festas e pratos especiais nesta data. Uma delas é a Liria Lawisch, 75 anos, conhecida como Tia Liria, que mostra a abundância de doces que aprendeu com seus pais. Ela fez vários, justamente, para a semana do Kerb, como doce de chuchu, pêssego, ameixa, manga e abóbora.

Outro que não deixa essa data passar em branco é o Frederico Möller. Ele comentou que o Kerb de São Miguel é tão importante quanto Natal e Páscoa e é o momento para reunir a família. “Fazemos uma festa no sábado que dura a noite toda e no domingo, servimos o almoço com comidas típicas alemãs”.

 

FREDERICO MÖLLER

Frederico Möller (FOTO: Geison Machado Concencia)

“Celebro essa data desde a infância. Lembro que a minha família tinha um salão em Santa Maria do Herval e fazíamos uma festa no sábado há noite e no domingo o almoço. Na época não tinha luz e precisava improvisar com os velhos lampiões para iluminar o espaço. Hoje, as coisas mudaram, ainda preservamos esse costume, mas na casa de algum parente. Todos os anos começo na sexta-feira, aqui no meu trabalho. Venho com o traje completo e atendo meus clientes mostrando as nossas raízes. Acho importante preservar esse legado, pela memória de nossos ancestrais que vieram para Dois Irmãos’.

 

LIRIA LAWISCH

Liria Lawisch (FOTO: Geison Machado Concencia)

 

“ Gosto muito desta data. É muito simbólico para mim, pois me remete a lembranças de uma vida. Recordo com carinho de quando era jovem e que ganhava tecido para fazer meu vestido de Kerb, porém só podia usá-lo se fosse à missa. Por falar nisso, lembro da época, inclusive, que às 6h os sinos de todas as igrejas tocavam e havia fogos de artifício convidando a comunidade para os cultos ou missas. Hoje, mantenho o hábito de preparar muitos doces. Deixo a geladeira cheia para comemorar essa data tão especial na minha vida, porque acredito ser uma forma de homenagear nossos antepassados”.

 

HERBERTO KUNTZLER

Herberto Kuntzler, 89 anos (FOTO: Geison Machado Concencia)

 

“Hoje estou com quase noventa anos, então não tenho mais o mesmo ritmo para tanta festa, mas gosto de ir à missa, reunir a família, meus filhos e netos. Mas no passado era diferente, vinha gente a cavalo de Bom Princípio para o dia 29 de Setembro e fazíamos, de fato, uma grande comemoração com música e comidas típicas. Mesmo que hoje não faço grandes festejos a data continua sendo muito importante para mim, porque carregamos uma herança cultural e a data serve para reviver nossos valores. Acho que o Kerb representa isso, um agradecimento ao suor de meus avós e bisavós que trabalharam muito nestas terras”.

 

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