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Irã dá primeiro passo para fechar Estreito de Ormuz após ataques dos EUA a instalações nucleares
Decisão ainda depende do Conselho de Segurança Nacional; cerca de 20% do petróleo global passa pela região
O Parlamento do Irã aprovou neste domingo (22) uma proposta para o fechamento do Estreito de Ormuz, rota estratégica por onde circula cerca de 20% de todo o petróleo transportado pelo mar no mundo. A informação foi divulgada pela emissora estatal iraniana Press TV, com base em fontes do governo local.
A medida, no entanto, ainda não é definitiva. A decisão final cabe ao Conselho Supremo de Segurança Nacional do país. Mesmo assim, o movimento acende o alerta no cenário geopolítico internacional, principalmente após os ataques realizados pelos Estados Unidos na noite de sábado (21) contra instalações nucleares iranianas.
O parlamentar e comandante da Guarda Revolucionária, Esmail Kosari, afirmou neste domingo ao Clube de Jovens Jornalistas que o fechamento do estreito “está na agenda” e será executado “sempre que necessário”. A declaração reforça o tom de tensão crescente na região.
Os bombardeios realizados pelos EUA tiveram como alvos instalações nucleares em Fordow, Natanz e Isfahan. Em pronunciamento, o presidente Donald Trump descreveu a operação como “muito bem-sucedida” e declarou que o Irã deve escolher entre “paz ou tragédia”.
O Estreito de Ormuz, localizado entre o Golfo Pérsico e o Golfo de Omã, é considerado um dos pontos mais sensíveis da geopolítica energética mundial. Qualquer tentativa de bloqueio tem potencial para afetar drasticamente o mercado internacional de petróleo e gás, além de aumentar o risco de uma escalada militar envolvendo potências globais.
A proposta de fechamento do estreito é uma resposta direta ao agravamento do conflito no Oriente Médio, que envolve não apenas EUA e Irã, mas também Israel, que já vinha realizando ataques contra alvos iranianos e foi alvo de mísseis em retaliação.
Enquanto isso, países da região, como os Emirados Árabes Unidos, pedem cautela e esforços diplomáticos para evitar um colapso generalizado na segurança e na economia global.