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Justiça do RS manda leiloar carros de luxo de Nego Di em investigação sobre rifas virtuais

Veículos avaliados em mais de R$ 500 mil foram apreendidos em ação que apura estelionato e lavagem de dinheiro
A Justiça do Rio Grande do Sul determinou o leilão de dois veículos de luxo pertencentes ao humorista e influenciador Nego Di (Dilson Alves da Silva Neto). A decisão faz parte de uma ação de alienação antecipada de bens apreendidos em um processo que apura fraudes em rifas virtuais e outros crimes financeiros.
De acordo com o processo, os automóveis foram avaliados em R$ 508,8 mil e serão vendidos em leilão online, em duas etapas marcadas para os dias 5 e 12 de novembro de 2025, sempre às 14h.
Carros avaliados
O primeiro bem a ser leiloado é uma RAM Classic Laramie 2022, cor vermelha, com blindagem nível III-A, avaliada em R$ 245,5 mil.
O segundo é uma Range Rover Velar 2.0 P250 R-Dynamic SE 2018, branca, com valor estimado em R$ 263,2 mil.
A chamada alienação antecipada é uma medida que permite à Justiça vender bens apreendidos antes do fim do processo, especialmente quando há risco de depreciação ou perda de valor.
Esquema de rifas sob suspeita
Nego Di e sua companheira, Gabriela Vicente de Sousa, são investigados pelo Ministério Público por suposta fraude em rifas virtuais que teriam movimentado mais de R$ 2,5 milhões de forma irregular.
O caso central envolve uma rifa de um Porsche de mais de R$ 500 mil. Segundo a investigação, a pessoa sorteada não existe. O MP aponta que o influenciador teria comprado o número vencedor e transferido o veículo antes mesmo de o sorteio ser concluído.
Um vídeo divulgado por Nego Di, no qual ele tenta entrar em contato com a suposta ganhadora, reforçou as suspeitas: o telefone usado por ela constava em dez cartões de contato diferentes, o que levou os investigadores a acreditar que se tratava de uma identidade falsa criada para encobrir a fraude.
A Promotoria afirma ainda que o dinheiro das rifas teria sido lavado por meio de contas de terceiros e empresas de fachada, com o objetivo de ocultar a origem ilícita dos valores.
⚖️ A legislação brasileira só permite a realização de rifas por entidades beneficentes e com autorização do Ministério da Fazenda.
Condenação em outro processo
Além do caso das rifas, o humorista também foi condenado por estelionato em outro processo, relacionado à loja virtual “Tadizuera”, que vendia produtos eletrônicos.
Conforme a sentença de junho de 2025, Nego Di e o sócio Anderson Bonetti receberam pena de 11 anos e 8 meses de prisão, acusados de vender produtos abaixo do preço de mercado sem realizar a entrega aos clientes.
Apesar da condenação, o humorista está em liberdade provisória desde novembro de 2024, após decisão do Superior Tribunal de Justiça (STJ). O tribunal substituiu a prisão preventiva por medidas cautelares, como a proibição de uso de redes sociais, o recolhimento do passaporte e a obrigação de comparecer periodicamente à Justiça.
A decisão também permite que ele continue morando em Florianópolis (SC), onde já residia antes da prisão.
Postagens falsas sobre enchentes
Em outro episódio recente, Nego Di foi condenado a apagar publicações falsas sobre as enchentes em Canoas e Porto Alegre. A decisão judicial também impôs multa de R$ 100 mil caso ele volte a divulgar as informações desmentidas.