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Madalena conhece e agradece aos policiais que lhe salvaram a vida em Dois Irmãos
Por Cleiton Zimer
Ivoti / Dois Irmãos – Na tarde de quinta-feira (16) a costureira Madalena Staudt, de 46 anos, conheceu de perto os policiais miliares que lhe salvaram a vida há exatamente uma semana, no dia 9 – no seu local de trabalho no bairro Travessão, em Dois Irmãos.
Foi um momento de emoção e de agradecer aos heróis que a tiraram das garras de um criminoso – que ela nem sequer conhecia –, e que a manteve refém por cerca de 20 minutos. O homem, identificado como Carlos Eduardo da Costa, 33 anos, tinha ido à Malharias Daiane “à caça” da ex-namorada e, como não a encontrou, atacou Madalena de forma aleatória.
Ele a cortou nas costas e nuca com garrafas de vidro quebradas, deu socos e puxões de cabelo, dizendo a todo momento que a mataria. Levava consigo ‘coquetéis molotov’ para incendiar o local e, possivelmente, a vítima. Transtornado, não cedeu às negociações da polícia e acabou morto e, a vítima, salva.
No dia seguinte ela já recebeu alta e, agora, se recupera ao lado da família e amigos, curando tanto as feridas no corpo, como as do trauma.
“Se não fosse vocês eu não estava mais aqui”
À sombra das árvores do jardim da casa de Madalena, em Ivoti, a família recebeu os soldados da Brigada Militar, Erique da Silva dos Santos, 27 anos, e Ezequiel da Silva Soares, de 39 anos.
Em cada aperto de mão as lágrimas deixavam nítida a gratidão por terem salvo a vida de Madalena.
A costureira, que quis ver seus salvadores de perto, pôde, por fim, lhes dizer o quanto é grata pela nova chance de viver: “quero agradecer muito, salvaram a minha vida. Se não fosse vocês eu não estaria mais aqui. Foram meus anjos”, disse, ainda emocionada.
Ela ainda lembra de todos os detalhes daquela noite mas, agora, é passado – e ela já sorri de gratidão pela sua nova chance de viver.
Passaram longos minutos conversando sobre tudo: a família, o trabalho, os amigos, os tempos antigos. Mas, essa conversa só foi possível graças aos dois policiais – pois, se assim não o fosse, essa reportagem seria sobre mais uma morte de um inocente.
Chegaram em cinco minutos
Os policiais lembram que tinham acabado de chegar ao serviço, como sempre, de forma adiantada. Começariam às 19h. Estavam se fardando quando veio o chamado de um homem tentando invadir a Malharia.
Entraram na viatura às pressas sem nem ser seu horário ainda, pois as demais estavam em outros atendimentos, e imediatamente se deslocaram ao local.
O trajeto do quartel até o estabelecimento leva, numa proporção normal, cerca de 15 minutos. Mas eles o fizeram em aproximadamente cinco. Minutos esses que podem ter sido cruciais para salvar a vida de Madalena.
Mantiveram a calma
Erique está na Brigada Militar há cerca de um ano e sete meses, estando em Dois Irmãos desde o final do ano passado. “Fico feliz que meu trabalho salvou uma vida”, disse, afirmando que essa foi a primeira ocorrência nesta gravidade em que atuou.
Conta que, apesar da tensão daquele momento, buscou se manter tranquilo. “Quando cheguei naquela cena, a primeira coisa que pensei foi nela, em salvar a vida dela. Era um risco eminente. Ele não queria negociar, queria tirar a vida dela. Mas era preciso relaxar naquele momento para não cometer um erro”, explica.
O policial disse que, quando o agressor puxou Madalena pelo cabelo, ficaram um corpo de distância um do outro, momento em que foram dados os primeiros dois disparos. Mas mesmo assim ele não parou e continuou agredindo-a, e atiraram novamente, matando-o.
Sensação de dever cumprido
Ezequiel diz que o sentimento é o de sensação de dever cumprido. “Sempre somos muito técnicos e profissionais no trabalho. Falo para os colegas que a ocorrência deu certo porquê quando a gente entra para trabalhar, conversamos sobre as diversas ocorrências que podemos atender. Então quando conversamos, estamos inteirados e, no momento em que precisamos agir teremos um preparo mental para tomar decisões. Acredito que foi o que resultou nessa ocorrência, em mais uma vida para a Madalena”, afirmou.