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Mercosul e países europeus assinam acordo histórico em setembro, diz secretária da Noruega

28/08/2025 - 08h17min

Atualizada em 28/08/2025 - 08h18min

Por Cleiton Zimer

O Brasil será palco, no próximo dia 16 de setembro, da assinatura de um acordo de livre comércio entre o Mercosul e a Associação Europeia de Livre Comércio (EFTA), formada por Noruega, Suíça, Islândia e Liechtenstein. A informação foi confirmada pela secretária de Comércio da Noruega, Ragnhild Sjoner Syrstad, em entrevista ao portal Exame.

O tratado prevê a eliminação de tarifas de importação em setores estratégicos e deverá abrir novas oportunidades para o comércio entre os blocos, que juntos somam um PIB de mais de US$ 4,3 trilhões. Para o Brasil, o impacto estimado é positivo: R$ 2,69 bilhões sobre o PIB e um aumento de R$ 660 milhões em investimentos até 2044.

Segundo cálculos do governo brasileiro, o saldo previsto é de R$ 770 milhões, considerando os efeitos sobre importações e exportações. Apenas em 2024, o Brasil exportou US$ 3,1 bilhões e importou US$ 4,1 bilhões em bens da EFTA. Com o acordo, cerca de 99% do valor exportado, abrangendo setores agrícola e industrial, terá acesso livre a esses mercados.

“Considero-o um acordo muito importante e, nestes tempos turbulentos, também uma vitória para globalizar o comércio, ter um comércio baseado em regras e ver que os países podem se unir para impulsionar o comércio e o investimento”, afirmou Syrstad.

O Brasil é visto como o parceiro mais relevante da Noruega na América Latina, com aproximadamente 300 empresas norueguesas atuando no país. Para a secretária norueguesa, a parceria reforça a importância de garantir uma ordem mundial baseada em regras, multilateralismo e respeito ao Estado de Direito.

Após a assinatura, o acordo precisará ser ratificado pelos parlamentos dos países envolvidos, com expectativa de entrada em vigor até o final de 2026. “Apresentaremos o acordo ao parlamento após a assinatura, para que ele possa entrar em vigor até o final de 2026, dependendo da ratificação. Esperamos que o parlamento aprove ainda no primeiro semestre de 2026”, explicou a secretária.

Além de produtos e serviços, o tratado também abrange investimentos, proteção da propriedade intelectual, compras governamentais, concorrência, regras de origem, medidas de defesa comercial, questões sanitárias e fitossanitárias, barreiras técnicas ao comércio e sustentabilidade.

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