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PM’s que salvaram a vida de mulher feita refém recebem reconhecimento em Dois Irmãos

04/04/2023 - 06h00min

Atualizada em 04/04/2023 - 11h34min

Homenagem ocorreu no dia 28, na Câmara de Vereadores - Erique [esquerda] e Ezequiel [direita] receberam a homenagem do vereador Ederson e dona Madalena (FOTOS: Cleiton Zimer)

Por Cleiton Zimer

Dois Irmaos – Os policiais militares Erique da Silva dos Santos, 27 anos, e Ezequiel da Silva Soares, de 39, receberam uma homenagem da Câmara de Vereadores através de uma moção do presidente Ederson Arantes Bueno.

Eles salvaram a vida da costureira Madalena Staudt, de 46 anos, no dia 9 de março – após ser feita refém por um homem desconhecido dentro da Malharias Daiane, no bairro Travessão. Ele foi “à caça” da ex-namorada e, como não a encontrou, atacou Madalena de forma aleatória cortando a com vidro quebrado. Eles mataram o criminoso e salvaram a vida dela.

Ederson destacou a agilidade e precisão dos policiais na ocorrência. “Parabéns por terem agido da forma correta, levando adiante o lema servir e proteger.

O mais importante

O soldado Erique [que está há menos de dois anos na BM – e somente alguns meses em Dois Irmãos] falou que na profissão de policial militar nunca esperam algo em troca – mas que o ato de reconhecimento do Legislativo é de grande valia. “E ver a senhora Madalena bem, para nós, é o mais importante.”

Erique pontuou que se não fosse pela força e resistência de Madalena não teriam tido êxito na ocorrência. “A senhora é o principal motivo de ter dado tudo certo, foi forte e guerreira”, disse o policial, agradecendo o apoio que recebe da família e colegas de profissão, frisando que nunca vão às ruas pensando em tirar uma vida e, sim, salvar.

Minutos que foram cruciais na ocorrência

Ezequiel disse que, naquela noite, chegou 50 minutos antes – se fardou e, às 18h40, já estava pronto para entrar em serviço, às 19h, junto do colega Erique.

Estavam no pátio preparando a viatura quando entrou o primeiro chamado via rádio operador de que na Malharia havia um homem apedrejando o estabelecimento. “Logo depois mais um telefonema, de que o indivíduo estava furioso e queria atacar as pessoas.”

18h50 os dois entraram na viatura. Erique estava no volante e, em alta velocidade, se deslocaram para o Travessão. Receberam a terceira ligação desta vez afirmando que uma pessoa estava sendo feita refém. “Pedi a Deus que nos protegesse, para que não sofrêssemos nenhum acidente [e que pudessem chegar a tempo]”, lembra Ezequiel.

Logo em seguida já veio outro chamado, desta vez, dando a entender que poderia haver uma vítima. Chegaram no local e, na BR-116, mais de 10 pessoas aguardavam os policiais para indicar onde o criminoso estava mantendo Madalena refém.

A gente só ouvia a dona Madalena gritando

‘eu não quero morrer, eu não quero morrer’

Descemos, entendi que era grave, pedi reforço e entramos no estabelecimento. A gente só ouvia a dona Madalena gritando ‘eu não quero morrer, eu não quero morrer’.”

O policial lembra que, além de cortar a vítima com um vidro quebrado, o agressor também a socava nas costelas e barriga. “Em determinado momento ela falou que tinha uma mãe e um marido que dependiam dela. Deu para ver o quanto ela queria viver e se preocupava com a família.

Tal qual o colega, Ezequiel destacou o quão importante foi a luta de Madalena. Disse que no momento em que ela se desvencilhou do agressor, ele novamente tentou pegá-la pelos cabelos mas que resbalou diante do sangue. Foi o momento decisivo.

O Erique, como estava na frente, teve a decisão certa de efetuar os disparos”, disse Ezequiel, lembrando que mesmo com dois tiros o criminoso não parou, sendo necessário efetuar mais disparos – e ele morreu na hora.

Deus tem algo bom para a senhora; creio que lhe deu uma nova vida, junto com a sua família, e quero que a senhora aproveite”, finalizou, pedindo para que Madalena os coloque nas orações diárias para que sempre possam ter clareza nas ocorrências, desde as mais graves às mais simples.

“A sociedade está tendo a oportunidade de ver o quão difícil é a atuação deles na rua”

O Comandante do 32° Batalhão da Polícia Militar, Tenente Coronel André Lima da Silva, também participou do momento. Em sua fala parabenizou Erique e Ezequiel destacando o quanto ocorrências do policiamento ostensivo podem ser complexas.

Tenente Coronel André Lima da Silva (Créd. Cleiton Zimer)

A sociedade está tendo a oportunidade de ver o quão difícil é a atuação deles na rua. Porquê eles não têm tempo para analisar o processo, a documentação; é a ligação, deslocar, atender e resolver o problema. Claro que a gente faz o treinamento para o policial ter condições de trabalhar. Mas entendam que a decisão que ele toma na hora é o que vai definir a saúde, a vida de uma pessoa”, frisou.

O comandante lembrou que a vítima estava totalmente ensaguentada e não havia nem sequer como saber qual a gravidade dos ferimentos. “Como disseram os dois policiais, não é objetivo princípio, mas diante da necessidade, do socorro, da eminência, a Lei autoriza eles a fazerem o uso da força, inclusive da força letal para salvar a vida de terceiros. Mas é uma decisão muito tênue, muito rápida.

Para concluir, André parabenizou toda a comunidade de Dois Irmãos pela forma como recebem e trabalham em conjunto com segurança pública. Destacou o trabalho do comandante local, tenente Elton Dhein – que também esteve presente –, junto à equipe, assim como a Câmara pela iniciativa de reconhecimento.

Flores simbolizando a bravura

Madalena recebeu flores do Grupo Mulheres que Lutam, por sua bravura (Créd. Cleiton Zimer)

Madalena participou da entrega dos certificados aos policiais, junto do Grupo Mulheres que Lutam, de Dois Irmãos, que homenagearam-na com um buquê de flores por sua coragem.

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