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Polícia Civil prende grupo suspeito de desmanchar mais de 60 caminhões na região
A Polícia Civil deflagrou nesta quinta-feira (18) a Operação Garra. Foram cumpridas 35 ordens judiciais, sendo 12 mandados de prisão preventiva e 23 de busca e apreensão nos municípios de São Leopoldo, Novo Hamburgo, Portão, Santa Maria e Montenegro. Até o momento, oito pessoas foram presas.
A investigação, que se estendeu por cerca de dois anos, mira duas das maiores e mais estruturadas organizações criminosas em atuação no Rio Grande do Sul. Os grupos operavam de forma coordenada e sofisticada, praticando crimes como furto qualificado, receptação, adulteração veicular, desmanche ilegal, comercialização de peças e até extorsão de proprietários para a devolução de caminhões de alto valor.
Os alvos principais eram caminhões, muitos deles equipados com dispositivos munck. Mais de 60 veículos foram furtados ou adulterados. Para dificultar a identificação, os criminosos utilizavam métodos como a troca da ponta do chassi, alteração de cor e acabamento, remoção de plaquetas e vidros numerados, além do corte de chassis em pedaços para venda como sucata. Chácaras e galpões eram usados para esconder os veículos e realizar adulterações.
Durante a apuração, foram identificados mais de 50 integrantes com funções específicas dentro das organizações, desde os furtos e desmanches até a logística, ocultação e lavagem de dinheiro. O esquema utilizava estabelecimentos como ferros-velhos e recicladoras para revenda de peças e para a lavagem de recursos ilícitos. Também foram descobertos imóveis e criações de cavalos empregados na ocultação de bens e movimentação financeira.
O prejuízo estimado é milionário. Levantamentos preliminares apontam que os criminosos lucraram mais de R$ 3 milhões com a atividade ilegal, impactando a economia do Estado e as vítimas.
Segundo o delegado André Serrão, titular da 2ª DP de São Leopoldo, as provas coletadas permitiram a emissão de mandados contra indivíduos considerados de alta periculosidade, incluindo as lideranças das organizações.
“Estes líderes coordenavam uma estrutura complexa, com ‘braços direitos’ e ‘gerentes’ que distribuíam tarefas específicas, garantindo a execução de toda a cadeia criminosa, desde o furto até a adulteração e a revenda. Também foi identificada a participação de ‘laranjas’ para ocultar patrimônio e de familiares, incluindo esposas, na movimentação financeira ilícita” esclareceu Serrão.
