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Polícia prende homem suspeito de abandonar mala com parte de corpo na rodoviária de Porto Alegre

05/09/2025 - 10h32min

Foto: Divulgação/Polícia Civil

Suspeito já havia sido condenado em 2018 por matar a própria mãe e ocultar o corpo em armário concretado

A Polícia Civil prendeu, nesta quinta-feira (4), o publicitário Ricardo Jardim, 66 anos, suspeito de abandonar uma mala com parte de um corpo feminino no guarda-volumes da rodoviária de Porto Alegre. O homem já havia sido condenado, em 2018, a 28 anos de prisão por assassinar a mãe, em 2015, e esconder o corpo dela dentro de um armário concretado no apartamento da família, no bairro Mont’Serrat.

Segundo o Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), o suspeito foi localizado em uma pousada no bairro São João. Ao ser preso, afirmou que a vítima era sua namorada e chegou a apresentar um nome aos policiais. Ele estava com o celular da mulher e, segundo as investigações, utilizava o aparelho para enviar mensagens se passando por ela, o que impediu a família de perceber o desaparecimento.

Desmembramento e investigações

De acordo com a polícia, Jardim confessou ter desmembrado o corpo antes de fazer o descarte. Até o momento, o crânio da vítima não foi localizado. A identificação oficial será feita por exames complementares, já que os dedos foram cortados, inviabilizando a coleta de impressões digitais.

A investigação se intensificou a partir de imagens de câmeras de segurança da rodoviária, registradas em 20 de agosto, quando o suspeito deixou a mala no local usando boné, máscara e luvas. Testemunhas ajudaram a indicar a rota percorrida por ele.

A investigação foi um trabalho feito à moda antiga, de muita caminhada na rua, fotos nas mãos e conversa com as pessoas, além de modernas técnicas de apuração — destacou o delegado Mario Souza, diretor do DHPP.

Imagens posteriores mostraram Jardim entrando em um estabelecimento na Avenida São Pedro, onde retirou a máscara para comprar bebida alcoólica antes de se dirigir à pousada. Policiais também descobriram que ele morou no local por um período e saiu de lá levando uma mala na manhã do mesmo dia em que abandonou o volume na rodoviária.

Uso de perfis falsos

A polícia apurou ainda que o suspeito criava perfis falsos em redes sociais com uso de inteligência artificial para atrair mulheres. O Instituto-Geral de Perícias (IGP) confirmou que o tórax encontrado na rodoviária e os membros localizados no bairro Santo Antônio, em 13 de agosto, pertencem à mesma vítima, uma mulher com mais de 45 anos. O DNA encontrado nas partes do corpo e na mala coincide com o material genético de Jardim.

O homem para quem a mala foi enviada já prestou depoimento e, segundo a polícia, não tem relação com o suspeito.

Antecedente: o crime contra a mãe

Em 2015, Ricardo Jardim matou a mãe, Vilma Jardim, de 76 anos, com 13 facadas, a maioria no pescoço e na cabeça. O corpo foi ocultado em um armário concretado dentro do apartamento da vítima, no bairro Mont’Serrat. O crime foi descoberto após familiares denunciarem o desaparecimento da idosa no Dia das Mães.

Na época, o Ministério Público sustentou que Jardim matou a mãe para ficar com cerca de R$ 400 mil de um seguro de vida do pai, falecido meses antes. Ele foi condenado por homicídio duplamente qualificado, ocultação de cadáver e posse de arma.

Em 2024, o publicitário havia progredido para o regime semiaberto.

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