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Preço da gasolina eleva inflação para 1,17% em novembro
O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo 15 (ICPA-15), a prévia da inflação oficial, foi a 1,17% em novembro, acima da alta de 1,20% registrada em outubro, segundo dados divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estática (IBGE) nesta quinta-feira, 25. Foi o maior resultado para o mês desde 2002, quando o índice chegou a 2,08%. No acumulado de 12 meses, o IPCA-15 soma 10,73%, acima dos 10,35% registrados nos 12 meses imediatamente anteriores. Desde o início do ano, a prévia da inflação acumula alta de 9,57%. Em novembro de 2020, a taxa havia sido de 0,81%. A gasolina registrou o maior impacto individual do mês, com alta de 6,62%. O resultado influenciou a variação dos transportes, que lideraram o avanço dos preços com alta de 2,89%. No ano, o combustível acumula variação de 44,83% e, em 12 meses, de 48%. O transporte por aplicativo aumentou 16,23%, acelerando a alta de 11,60% de outubro. Em compensação, o preço das passagens aéreas caiu 6,34%, ante duas altas consecutivas em setembro (28,76%) e em outubro (34,35%).
Além dos transportes, os oito grupos analisados pelo IBGE registraram alta na prévia de novembro. O segmento de habitação avançou 1,06%, com a maior contribuição do gás de botijão, que aumentou 4,34%, o 18º mês consecutivo, acumulando 51,05% de alta no período iniciado em junho de 2020. A energia elétrica, um dos principais vilões da inflação em 2021, desacelerou para 0,93%, ante alta de 3,91% em outubro. Desde setembro, está em vigor a bandeira tarifária Escassez Hídrica, que acrescenta R$ 14,20 na conta de luz a cada 100 kWh consumidos. No grupo saúde e cuidados pessoais, a alta de 0,80% foi influenciada pelos itens de higiene pessoal (1,65%) e produtos farmacêuticos (1,13%). Em outubro, a variação do primeiro havia sido negativa (-0,26%) e a do segundo próxima da estabilidade (0,02%). Juntos, os grupos transportes, habitação e saúde e cuidados pessoais contribuíram com 0,88 ponto percentual no IPCA-15 de novembro, o equivalente a cerca de 75% do índice do mês.
O grupo de alimentação e bebidas também registrou queda na comparação com o mês anterior. Na prévia de novembro, o segmento registrou avanço de 0,40%, contra a alta de 1,38% em outubro. A desaceleração é reflexo da queda de 1,15% nas carnes, 3,97% no leite longa vida e 1,92% nas frutas. Por outro lado, tomate (14,02%), o frango em pedaços (3,07%) e o queijo (2,88%) registraram alta, apesar de menor do que o aferido na prévia de outubro. Na alimentação fora do domicílio (0,15%), com a aceleração da refeição (de 0,52% em outubro, para 0,88% em novembro) e o recuo nos preços do lanche (-1,08%). Vestuário (1,59%) teve a segunda maior variação do mês, com altas em todos os itens pesquisados, com destaque para roupas femininas (2,05%), masculinas (1,88%), e infantis (1,30%), além dos calçados e acessórios (1,28%). No ano, o grupo acumula variação de 8,64%, enquanto no acumulado do mesmo período de 2020, o resultado foi negativo (-1,31%). Os demais grupos do IPCA-15 ficaram entre o 0,01% de Educação e o 1,53% de Artigos de residência.
O Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), o indicador oficial da inflação brasileira, foi a 1,25% em outubro, a maior variação para o mês desde 2002. No acumulado de 12 meses, a variação de preços foi a 10,67%, o patamar mais elevado para o período desde janeiro de 2016. O mercado financeiro estima que o IPCA encerre o ano em 10,12%. O Banco Central já admitiu que não vai cumprir o centro da meta para a inflação deste ano, de 3,75% — com variação entre 2,25% e 5,25%. Para o ano que vem, os analistas do mercado estimam a inflação a 4,96%. Em 2022, a autoridade monetária persegue a meta de 3,5%, com teto de 5% e piso de 2%. Em outubro, o Comitê de Política Monetária (Copom) do BC endureceu a tentativa de levar o IPCA para baixo ao acrescentar 1,5 ponto percentual na Selic e elevar os juros para 7,75% ao ano. Em nota, o colegiado afirmou que a decisão mira trazer o índice para a meta de 2022, já de olho nos efeitos em 2023. O BC ainda afirmou que deve repetir o movimento na reunião de dezembro, a última de 2021, e encerrar a Selic a 9,25% ao ano. Para economistas e analistas do mercado, o ciclo de alta deve se prolongar até meados do primeiro trimestre do ano que vem, com a Selic alcançando o teto de 11,25%.
Fonte: Jovem Pan