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Tráfico de órgãos: dois médicos são condenados por retirar órgãos de criança ainda viva em Minas

02/02/2021 - 11h37min

Caso estava prestes a prescrever, pois julgamento levou quase 21 anos para acontecer e médicos foram condenados (Crédito - Divulgação)

País – Dois médicos foram condenados e um foi absolvido pelo tribunal de júri que julgou o caso de retirada ilegal de órgãos de uma criança de 10 anos, ocorrida há quase 21 anos em um hospital de Poços de Caldas, a 420 km de Belo Horizonte.

José Luis Gomes da Silva e José Luis Bonfitto foram condenados a 25 anos de prisão e encaminhados ao sistema prisional do Estado. Eles podem recorrer da sentença, mas em regime fechado. Já Marcos Alexandre Pacheco foi inocentado das acusações.

A sentença só saiu por volta das 5h de sábado (30). O julgamento começou na quinta-feira e foi retomado no dia seguinte.

Relembre o caso

Paulo Veronesi Pavesi, então com 10 anos de idade, estava brincando com amigos na piscina do prédio onde vivia, em Poços de Caldas, quando caiu de uma altura de quase 10 metros de altura. A criança deu entrada no hospital da cidade com traumatismo craniano e ferimentos na face e passou por uma cirurgia. Dois dias depois, foi transferido para a Santa Casa de Misericórdia, onde foi dado como morto.

No entanto, de acordo com o Ministério Público, o exame que apontou a morte cerebral teria sido forjado e Paulinho ainda estaria vivo no momento da retirada de seus órgãos.

Quatro médicos foram denunciados pelo MP por homicídio qualificado e remoção de órgãos ou partes do corpo de uma pessoa em desacordo com a lei. A situação é agravada pelo fato de a vítima ter menos de 14 anos à época do crime. Um deles, Álvaro Ianhez teve o processo desmembrado e ainda será julgado.

Dentre as acusações feitas à época, estão: admissão em hospital inadequado, demora no atendimento neurocirúrgico, realização de uma cirurgia por profissional sem habilitação legal (o que resultou em erro médico) e a inexistência de um tratamento efetivo e eficaz. Eles também são acusados de fraude no exame que determinou a morte encefálica do menino.

Primeiro julgamento

Em 2014, os três médicos que foram julgados em Belo Horizonte foram condenados e tiveram a prisão decretada. No entanto, eles conseguiram ser soltos por meio de uma decisão em caráter liminar 30 dias depois. O júri foi anulado e o caso foi transferido para a capital mineira. O caso deveria ter sido julgado novamente em 2016, mas acabou suspenso.

Texto: Portal R7

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