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Venda de carne contaminada pela enchente é investigada

24/01/2025 - 16h26min

Polícia investiga destino das 800 toneladas de carne estragada

País – Em maio de 2024, durante a considerada pior tragédia climática do Rio Grande do Sul, um frigorífico localizado em Canoas teve seu estabelecimento alagado, deixando mais de 800 toneladas de carne embaixo d’água por dias. O produto infectado foi vendido como descarte para a empresa Tem Di Tudo Salvados, localizada na cidade Três Rios, no Rio de Janeiro, para ser transformado em ração animal.

Porém, a polícia foi acionada oito meses após o ocorrido pelo próprio frigorífico, que identificou a numeração de lote da carne contaminada em um produto vindo de Minas Gerais. Segundo as investigações, a Tem Di Tudo revendeu a mercadoria para um estabelecimento de Nova Iguaçu, que vendeu para uma empresa de Minas Gerais. No retorno ao Sul, foi identificado que a carne passou por um processo de “embelezamento’’: foi lavada, para tirar os sinais de lama, e ganhou novas caixas com informações falsas.

A Polícia do Rio de Janeiro cumpriu oito mandados de busca e apreensão na Tem Di Tudo. No local, foram encontradas duas toneladas de carne podre, um pacote de picanha à venda (que a perícia comprovou ser do frigorífico do Rio Grande do Sul), medicamentos e produtos de beleza com prazo de validade vencido. O gerente Sílio José Marino, que foi preso junto ao operador de logística, contou que a mercadoria podre foi transportada em 30 carretas para várias partes do país. A polícia está rastreando as notas fiscais para tentar descobrir o destino da carga.

Na quinta-feira (23), a superintendente da Vigilância Sanitária, Helen Keller Barreto, reforçou sobre o assunto: “Toda a carne que tenha passado por algum processo de enchente tem que ser toda descartada, não pode ser utilizada para nenhum fim. Nem para ração animal. Há um risco elevado para a saúde da população, tanto humana quanto animal”. O frigorífico, por sua vez, não será penalizado; segundo a Polícia Civil do Rio Grande do Sul, a transação teve nota fiscal emitida e cabe à empresa compradora classificar as carnes próprias para produção de ração animal e as que devem ser descartadas.

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