Estado - País - Mundo
Vereador chama presidente da Câmara de Lindolfo Collor de “ditador”
POR GEISON MACHADO CONCENCIA
Lindolfo Collor – O vereador Ademir Vieira (MDB) acusou o presidente da Câmara de Vereadores, Alcírio Wiedthauger (PP), de “ditador” e de criar regimentos internos, o que gerou a suspensão temporária da sessão na quarta-feira (8), por cerca de cinco minutos.
A relação dos dois já é bem áspera há muito tempo, principalmente, devido a um desentendimento entre eles sobre os tempos de tribuna. Segundo Ademir, o presidente não permite que ele exerça cinco minutos adicionais. Ademir se mostrou inconformado com o fato de ir à votação seu tempo extra de fala.
Além de questionar a votação sobre o tempo extra de tribuna, Ademir criticou o fato de Alcírio não permitir perguntas ao prefeito, que esteve presente para prestar contas. Segundo Alcírio, o motivo do prefeito não responder seria para resolver compromissos. Porém, Gaspar Behne se manteve até o final da sessão.
Ademir também disse que o atual presidente é um “ditador” que cria as próprias regras da casa. Além disso, fez um gesto de virar o microfone e falar: “guarda esse microfone então”. Ao concluir o seu discurso saiu da bancada em direção a sua mesa. Mas antes de chegar até lá, Alcírio exigiu que ele arrumasse o microfone, o que ele fez.
Ao chegar em sua cadeira, Ademir continuou a dizer que Alcírio era um ditador e os dois começaram uma desavença, que culminou no encerramento temporário da sessão. Durante cerca de cinco minutos, quem acompanhava a sessão pelo YouTube, não via o que estava sendo debatido.
Depois que voltou, todos puderam ver um clima ameno e formal, bem diferente do que havia iniciado minutos antes.
Início das discussões
Ao usar a tribuna, Ademir questionou certas decisões do presidente da casa: “eu nem usaria a tribuna, mas o que me traz aqui hoje é o fato de o senhor (Alcírio) não permitir perguntas ao prefeito, que está aqui presente. Nosso Município é muito pequeno e, quando temos a oportunidade de falar com o chefe do Executivo, você não permite. Isso é chato, uma vergonha. Estamos fazendo o que aqui dentro. Onde está esse teu regime interno que o senhor inventou. O senhor inventou. A mesma coisa é essa outra situação: ir à votação a autorização de falar aqui na tribuna. Você mesmo já cortou as minhas falas. Eu pedi meus dez minutos e o senhor não deixou. Agora essa de ter que pedir os dez para falar. Espera lá, isso aqui virou ditadura. Vamos olhar esse regime interno, chama a advogada para analisar”, disse Ademir.
Depois de Ademir virar o microfone da tribuna e pedir para o presidente da Câmara guardar o microfone, num gesto simbólico, insinuando que havia uma tentativa de Alcírio de silenciar a casa, esse, como resposta, exigiu que Ademir posicionasse corretamente o equipamento. “Por favor, posicione o microfone corretamente. Tenha respeito”, falou Alcírio.
Alcírio, ao usar a palavra, acusou Ademir de gerar polêmicas constantemente e desentendimentos: “será que os demais colegas estão errados e só o senhor (Ademir) está certo? Toda a semana uma polêmica. Por que os demais líderes de bancada concordaram com essa forma de usar a tribuna? Só para você não serve? Tu pediste para o prefeito vir a tribuna? Não. Ele se colocou à disposição. Eu tenho certeza, que se libero para fazer perguntas ao Gaspar Behne (Prefeito) você vai gerar mais polêmica”, questionou Alcírio.
Além disso, Alcírio se defendeu e disse que ninguém era ditador, ao que Ademir revidou: “você é ditador. Mostra no regimento interno o trecho que fala que eu não posso pedir meus cinco minutos extras”, acusou Ademir.
A partir desse momento, em que os dois pareciam ir em direção a uma discussão sem fim, Alcírio suspendeu temporariamente a sessão. Depois da troca de acusações e retorno, o clima ficou mais amigável e sem discussões.
Ademir se consolida como oposição
Vereador tem sido pivô na oposição à situação. Constantemente, critica o presidente da casa, que é da base aliada do prefeito Gaspar Behne. Além de Alcírio, também questiona a prefeitura por algumas medidas. Recentemente, ele levantou a hipótese de a Prefeitura ter perdido R$ 2 milhões, de uma emenda.
Em sessão anterior, que contou com a presença do vice-prefeito Gilnei Prass, Ademir também cobrou dele sobre eventuais erros da Administração. Na ocasião, os dois, vice e Ademir, trocaram acusações ásperas.