Vice-prefeito Juarez Stein: entre burocracia e progresso em Dois Irmãos

Por Giordanna Benkenstein Vallejos

O vice-prefeito de Dois Irmãos, Juarez Stein, é casado, tem dois filhos e nasceu em 22 de janeiro de 1957, no interior de Montenegro. A família dele se mudou para Dois Irmãos em 1964, quando ele tinha apenas sete anos. Juarez começou a trabalhar na Indústria de Calçados Henrich aos treze anos, depois trabalhou na Calçados Maide e posteriormente ele e um amigo abriram a empresa de Calçados Centropé, que existiu por 18 anos, e sucumbiu no período que os asiáticos estavam dominando a área do calçado.

Ele entrou na vida pública como vereador em 1983, depois concorreu e se elegeu novamente como vereador mais votado, completando dez anos no poder legislativo. Em sequência, foi candidato a vice-prefeito com o Renato Dexheimer e prefeito de 1997 até 2004.

Depois de um tempo, voltou para a política na gestão da prefeita Tânia da Silva, na secretaria da administração e na secretaria da fazenda, durante oito anos. Por fim, concorreu a vice-prefeito com o atual prefeito Jerri Meneghetti, e segue com a função. São no total, são trinta e um anos de vida dedicados ao setor público.

O vice-prefeito é autor de um livro sobre o município. (Créditos: Arquivo Juarez Stein)

Como é voltar a prefeitura, agora como vice-prefeito?

Foi muito tranquilo. Tenho um ótimo entendimento com todos. O prefeito disse ao secretariado, que eu sou vice, mas posso transitar em todas as áreas. Na atualidade, estou ocupando um espaço na área da fiscalização na prefeitura, para poder acompanhar de perto o que acontece quanto ao atendimento. Participo também nas reuniões do secretariado. Com o crescimento da cidade, o prefeito não consegue estar em todos os locais e auxilio representando o Jerri, em eventos e nas demais atividades necessárias.

Juarez Stein fez parte da história como político em Dois Irmãos. (Créditos: Arquivo Juarez Stein)

Quais foram as principais mudanças na política?

Muitos políticos estão estranhando esse período que vivemos de radicalização política, de grande polaridade. Além disso, os processos burocráticos fazem com que as coisas não fluam tão rapidamente, pois tudo tem que estar dentro da legalidade e o bom senso ficou de lado. Penso que dessa forma estamos construindo um mundo mais difícil para nós mesmos. Houve também o grande prejuízo da pandemia. Mas sei que a sociedade vai sempre enfrentar momentos difíceis como esse. Apesar do grande impacto, estamos superando.

Como você vê o passado e o presente da cidade?

O calçado mudou tudo. Até os anos 70, nós éramos colônia. As coisas começaram a melhorar depois desse período. Sempre tivemos um potencial muito grande para o calçado e com o investimento do governo, dedicado para o desenvolvimento da indústria, conseguimos expandir o calçado em Dois Irmãos e realizar a nossa primeira exportação em 1971.

Para ter uma noção de proporção, nos anos 70, uma fábrica tinha em torno de 600 funcionários e em 82, passou a ter mais de 2.500 trabalhadores. Com a oferta de empregos dos calçados, novos moradores vieram e começaram a ser construídos loteamentos. Esse cenário se repete, com um novo período de expansão e positividade econômica no município. Contudo, esse crescimento demanda do poder público um aumento de investimento e infraestrutura para atender o aumento populacional.

Hoje, o governo tem as contas em dia e inúmeros projetos a serem executados, com recursos reservados para as obras. Mesmo com a pandemia, que atrasou diversos avanços e causou perdas para a população, estamos com a economia em crescimento. Um sinal disso é a necessidade de mão de obra e os empreendimentos novos que estão surgindo. O calçado também está bem, mas o comércio com certeza teve algumas perdas.

Obras importantes que irão ocorrer são: o projeto da ponte nova, da escola do bairro União e pavimentação de diversas ruas. Também estão sendo realizados investimentos em turismo, nas fábricas e na tecnologia. A cidade vive um bom momento, com a chegada de novos moradores que vem em busca de oportunidades de emprego e qualidade de vida.

O interessante é que mesmo com novos residentes, a cultura se mantém a mesma. As festas como o Kerb de São Miguel e o Natal dos Anjos são uma maneira de fomentar o turismo e de ao mesmo tempo, reafirmar a bela identidade cultural de Dois Irmãos. Mesmo o calçado sendo um ponto forte da economia, pretendemos, com as nossas ações, diversificar ainda mais a matriz econômica do município.

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