“Estamos retomando o controle dos presídios”, avalia Schirmer sobre incêndios em cadeias

O secretário da Segurança Pública, Cezar Schirmer, avaliou, no início da tarde desta quarta-feira (11), que o Estado está retomando o controle dos presídios gaúchos e que isso está motivando os incêndios registrados nos últimos dias nessas casas prisionais. O secretário negou que haja perda de controle das prisões e afirmou que o governo seguirá com as atuais políticas para o setor, que, segundo ele, descontentam presos e geram esse tipo de reação.

— Estamos retomando o controle desses presídios. Isso é um problema histórico do Estado que, ao longo do tempo, abdicou do seu dever de controlar a realidade do sistema prisional. Há um esforço nessa direção e isso, por óbvio, causa tentativa de represália ou de insatisfação nessa área. Mas não vamos arredar pé da nossa decisão. Vamos continuar na mesma linha. Absolutamente! Ao contrário, estamos assumindo o controle e isso que está gerando essa rebeldia — justificou o secretário.

Schirmer ainda disse que a Polícia Civil, a Brigada Militar e a Superintendência dos Serviços Penitenciários (Susepe) precisam atuar em conjunto para esclarecer os crimes.

— Estamos preparando mais medidas e inclusive vou pedir a (setores de) inteligência da Polícia Civil, da Susepe e da Brigada que trabalhem mais intensamente. E os responsáveis serão devidamente punidos — projetou.

Apesar da cobrança, o secretário também minimizou a responsabilidade da Susepe pela série de crimes nas cadeias gaúchas.

— O atual chefe (superintendente da Susepe) assumiu recentemente, não tem nem 30 dias. Ele está fazendo o que é possível — avaliou.

Na manhã desta quarta-feira (11), o Alojamento 2 do Presídio Estadual de Erechim, no Norte gaúcho, foi atingido por um incêndio provocado, segundo a Susepe, por ação de detentos. Ninguém ficou ferido.

Sete incêndios em 24 dias

O incêndio em Erechim é o décimo em cadeias do Rio Grande do Sul em 2018 e o sétimo em 24 dias, em ocorrências que deixaram ao menos seis pessoas mortas. Somente no incêndio em Rio Grande, foram cinco detentos mortos. A outra morte devido às chamas ocorreu em Palmeira das Missões.

Os demais casos ocorreram em São Francisco de Assis, Espumoso, Dom Pedrito, Osório, Carazinho, Canoas e Sarandi.