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Ex-vereadores de Ivoti repudiam pagamento do 13º aos legisladores atuais
Ivoti – Ex-vereadores consultados pelo Diário são unânimes em afirmar que são contra o pagamento do 13º salário aos atuais legisladores. A medida foi aprovada sem projeto prévio, apenas por meio de um ofício assinado por sete vereadores e endossado pelo presidente da Câmara, Alexandre dos Santos (Borracheiro-PP).
Edio: “É difícil encontrar alguém que concorde com isto”
Vereador por dois mandatos, entre 2004 e 2012, Edio Vogel foi presidente do Legislativo em 2007. Na eleição mais recente para o cargo, em 2016, fez 988 votos, a 3ª maior votação do município, mas não entrou por conta da legenda. Ele disse que, se estivesse na Câmara, seria contra o pagamento.
“Na atual conjuntura política, é difícil encontrar alguém que concorde com isto. São vereadores, e se tu comparar o trabalho que eles têm, uma vez por semana, não é justo receber o 13º”, afirma Edio.
Ditmar: “O momento é de crise, não seria ideal”
Ditmar Hinnebusch, vereador entre 2004 e 2012, comentou que a assinatura “não pegou bem pelo momento”. Ele disse, porém, que “havia conversas” na Câmara para a abertura de projetos parecidos, especialmente na época de pagamento do 13º salário.
“Sempre achava que estava ali não pelo salário, mas porque gostava. Desta vez, ninguém deveria ter assinado, no meu ponto de vista. Em meu gosto pessoal, eu não assinaria”, afirma Ditmar.
Alcido: “Do jeito que está a situação do município, não é o momento para aprovação”
Alcido Ratzinger seria vereador até 2020, mas cedeu o cargo para Leonir Schüller para assumir a secretaria de Administração. Ele também afirma que seria contrário à proposta do 13º salário.
“Levam quatro sessões para aprovar um projeto, e agora nem teve discussão sobre isso. Não é o momento para aprovação, ainda mais do jeito que está a situação do município, tentando fechar as contas”, diz Alcido.
Paulinho: “Vereadores que assinaram foram muito infelizes”
Paulo Führ (Paulinho – PT), vereador entre 2013 e 2016, salientou que o pagamento é um direito garantido pela Constituição, mas há que se considerar o aspecto moral. “Na minha avaliação, os vereadores que assinaram foram muito infelizes, fizeram em uma hora bastante imprópria”, diz ele.
Quando Paulinho foi presidente da Câmara em 2013, alguns legisladores na época também pediram autorização para conceder o 13º salário, mas ele afirma que negou o pedido.
Beto: “Não é demagogia, mas que se pense mais na comunidade”
O vice-prefeito e ex-vereador Roberto Schneider, o Beto, disse que já houve iniciativas para aumento de salário em 2013 e 2014, mas que foram barradas. Ele foi presidente da Câmara em 2011 e 2014.
“Acredito que o valor atual é muito bom, ainda que, proporcionalmente ao tamanho da população, se ganhe mais do que em outros municípios. Não é demagogia, respeito a opinião deles, mas que se pense mais na comunidade”, afirma.
Milton: “Lamento que esta proposta tenha surgido de forma repentina”
Milton Mayer, que atuou na Câmara entre 2009 e 2012, disse que esta conversa sobre o 13º “já havia durante seu mandato”, mas a possibilidade não foi adiante. “Tenho a lamentar que esta proposta tenha surgido de forma repentina, sem diálogo”, afirma ele.
Milton ainda faz um “mea-culpa” do assunto. “Um vereador atual do meu partido também votou a favor, mas já falei com ele”, diz Milton. Tanto ele quanto o atual vereador Leonir Schüller, que também assinou o ofício, são do PSB.