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Excesso de chuva causa ainda mais perdas aos agricultores; situação do milho em Herval é crítica
Milho em grão que ainda não foi colhido chega a germinar na espiga
Por Cleiton Zimer
Se a situação da agricultura já vinha de uma fase crítica, agora piorou com o excesso de chuva.
Em Santa Maria do Herval, por exemplo, muitos produtores de milho enfrentam dificuldades desde o início da atual safra. Investiram em grãos mais sofisticados, porém, ao contrário do que se esperava o rendimento foi péssimo, em alguns casos, com perdas girando entre 50, 80 e até 100 %.
Para quem plantou outras variedades e fez silagem ainda foi possível recuperar um pouco. Agora, aos que esperava colher o grão foi um desastre. A chuva entre o final de abril e as últimas três semanas de maio atrasaram a colheita e as espigas chegam a germinar no próprio pé.
Milhos prontos que não estão sendo colhidos pela condição climática
Embora o sol tenha predominado durante alguns dias da semana que passou, para muitas lavouras já não tem mais salvação. E segundo a Emater ainda faltam entre 30 e 40% das propriedades onde o grão não foi colhido.
Segundo o extensionista Charles Rech, aqueles produtores que colheram milho no final de abril, utilizando variedades mais precoces, conseguiram concluir.
“Onde o ciclo finaliza em meados de maio e início de junho, sofre com elevada umidade. Os grãos perdem qualidade pois apodrecem ou brotam na espiga”, explicou, considerando que o milho que de fato ainda não foi colhido na lavoura teve perda total.
Situação do milho nas lavouras
Preço também desanima
O preço também está desfavorecido. A cotação mais recente, de 21 de maio, apontou que no Rio Grande do Sul a saca de milho seco pesando 60 kg gira em torno de R$ 55. Na região, produtores chegaram a vender por R$ 62.
Lembrando que o agricultor ainda tem custos de serviços de colheita e secagem.
Mas, com a demanda local seguindo alta com os aviários, e a pouca oferta, o que faz o preço estar estagnado desta forma?
Os fatores são muitos. Um dos que contribuiu para isso é que as grandes empresas conseguem trazer cargas de outros estados brasileiros e, assim, o preço daqui segue desvalorizando.
Além disso, produtores relataram à reportagem que as exigências são cada vez maiores. Ou seja, os grãos que já foram afetados pela umidade nem sequer são aceitos.