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Excesso de chuva causa ainda mais perdas aos agricultores; situação do milho em Herval é crítica

Os grãos estão germinando na própria espiga (FOTOS: Emater)

26/05/2024 - 19h37min

Atualizada em 26/05/2024 - 19h51min

Milho em grão que ainda não foi colhido chega a germinar na espiga

Por Cleiton Zimer

Se a situação da agricultura já vinha de uma fase crítica, agora piorou com o excesso de chuva.

Em Santa Maria do Herval, por exemplo, muitos produtores de milho enfrentam dificuldades desde o início da atual safra. Investiram em grãos mais sofisticados, porém, ao contrário do que se esperava o rendimento foi péssimo, em alguns casos, com perdas girando entre 50, 80 e até 100 %.

Para quem plantou outras variedades e fez silagem ainda foi possível recuperar um pouco. Agora, aos que esperava colher o grão foi um desastre. A chuva entre o final de abril e as últimas três semanas de maio atrasaram a colheita e as espigas chegam a germinar no próprio pé.

Milhos prontos que não estão sendo colhidos pela condição climática

Embora o sol tenha predominado durante alguns dias da semana que passou, para muitas lavouras já não tem mais salvação. E segundo a Emater ainda faltam entre 30 e 40% das propriedades onde o grão não foi colhido.

Segundo o extensionista Charles Rech, aqueles produtores que colheram milho no final de abril, utilizando variedades mais precoces, conseguiram concluir.

Onde o ciclo finaliza em meados de maio e início de junho, sofre com elevada umidade. Os grãos perdem qualidade pois apodrecem ou brotam na espiga”, explicou, considerando que o milho que de fato ainda não foi colhido na lavoura teve perda total.

Situação do milho nas lavouras

 Preço também desanima

O preço também está desfavorecido. A cotação mais recente, de 21 de maio, apontou que no Rio Grande do Sul a saca de milho seco pesando 60 kg gira em torno de R$ 55. Na região, produtores chegaram a vender por R$ 62.

Lembrando que o agricultor ainda tem custos de serviços de colheita e secagem.

Mas, com a demanda local seguindo alta com os aviários, e a pouca oferta, o que faz o preço estar estagnado desta forma?

Os fatores são muitos. Um dos que contribuiu para isso é que as grandes empresas conseguem trazer cargas de outros estados brasileiros e, assim, o preço daqui segue desvalorizando.

Além disso, produtores relataram à reportagem que as exigências são cada vez maiores. Ou seja, os grãos que já foram afetados pela umidade nem sequer são aceitos.

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