Frio agrava situação de desabrigados e pode ter geada nesta quarta-feira

O frio intenso agrava o drama das vítimas das enchentes no Rio Grande do Sul. O ingresso de uma massa de ar polar na segunda-feira (13) e a intensificação do frio desde então fez com que a situação de milhares de famílias fora de casa piorasse ainda mais.

Dados de estações meteorológicas mostram que as temperaturas na madrugada desta terça-feira (14) despencaram na Grande Porto Alegre, chegando a 8,6 ºC. Em São Leopoldo os termômetros foram à 10,4 ºC e Campo Bom 11,1ºC

Áreas sob enchentes, tanto no interior como no Sul do estado, da mesma forma enfrentaram muito frio no começo do dia de ontem. A temperatura baixou a 1 ºC na região da Campanha e na fronteira com o Uruguai.

Em cidades do Vale do Taquari, ainda com pontos de inundação, a madrugada anotou mínimas de 8 ºC a 9 ºC na maioria das estações. No Caí, que ainda sofre com alagamentos, as marcas foram de 8 ºC a 10ºC ao amanhecer. Nas áreas sob inundação no Sul, pela Lagoa dos Patos, as mínimas ficaram entre 6 ºC e 9 ºC nas regiões de Pelotas, Rio Grande e São Lourenço do Sul.

Cidades da região, como por exemplo Morro Reuter, chegaram à mínima 6,4 ºC.

A MetSul Meteorologia alerta que as madrugadas desta quarta e da quinta devem ser ainda mais frias no Rio Grande do Sul, uma vez que tempo aberto e vento mais calmo vão proporcionar um maior resfriamento noturno.

Ainda conforme a MetSul, na Grande Porto Alegre devem ter marcas chegando no 6 ºC a 8 ºC no amanhecer da quarta e de 3ºC a 5ºC no começo da quinta-feira. Marcas abaixo de zero são esperadas nos Aparados da Serra nesta quarta e ao redor de 0 ºC na quinta – portanto, há grande chance de geada.

O desespero de quem não tem para onde ir

Desabrigados queimaram cavaletes para se aquecer no fogo (Foto: Fabiano do Amaral/Correio do Povo)

Na noite de segunda-feira, quando o frio começou a apertar, cerca de 85 desabrigados que estavam acampadas ao relento tiveram que queimar cavaletes nas proximidades do Aeroporto Salgado Filho, em Porto Alegre, para tentar se proteger do frio.

Segundo apurado pela reportagem do Correio do Povo, algumas lideranças locais informaram que aquelas pessoas não têm acesso direto as doações oficiais, apenas de veículos que passam na rodovia. Ao longo da segunda, esperava entrar em algumas das casas da comunidade, mas a água voltou a subir.