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100% dos alunos da rede estadual estão sem aula em Herval
Santa Maria do Herval – Duas semanas já se passaram, mas a luta continua. “Se continuar assim, vão acabar com a escola pública”, disse o professor Juliano Lechner, que demonstrou tristeza em relação a situação. “Não queremos, de forma alguma, prejudicar alunos, mas da maneira como as coisas estão se encaminhando, não tem mais como manter. Sendo assim, estamos na luta por nossos direitos”. Juliano destacou que os professores estão com 47 meses de salário parcelado e um mês de salário atrasado.
As duas escolas estaduais de Herval, Cônego Afonso Scherer do Centro e Alberto Schweitzer de Boa Vista, aderiram 100% à greve. Os professores do município participaram das mobilizações que aconteceram na terça-feira, dia 26, durante o dia em Porto Alegre e, à noite, junto com os alunos, estiveram na Câmara de Vereadores para, assim, solicitar apoio do Legislativo.
A aluna da Cônego, Marina Michelin Salgado, de 18 anos, destacou o apoio aos professores. “Estamos com eles e a favor, mesmo que no final a gente é que saia prejudicado, pois há males que vem para o bem. Nós como alunos, vemos o que está acontecendo. Estamos expondo a nossa indignação com o que está sendo feito com os professores. Esse pacote proposto pelo governador vai destruir o Ensino Público no Estado e afetar os outros setores do funcionalismo”, disse, destacando que os estudantes são muito privilegiados no município, por sempre terem professores “diferente com o que vemos nas outras cidades”, e completou: “são as pessoas mais importantes das nossas vidas depois dos pais”.
Sem previsão
A greve dos professores ainda não tem previsão para encerrar. Enquanto isso, ambas as escolas tem um plantão diariamente para atender a comunidade, esclarecer dúvidas e fazer rematrículas. Os alunos, por sua vez, devem recuperar essas horas assim que a greve cessar, o que gera um outro problema no município, com a demanda no transporte, pois muitos motoristas estarão em férias nesse período.
“Não vamos negar transporte”
O Diário procurou a prefeita Mara, que destacou que está buscando o diálogo com as diretoras Maria Rejane e Mabel Dewes, das escolas Cônego e Schweitzer, respectivamente. “Depois da greve, vamos buscar alinhar o transporte para que os alunos não saiam prejudicados. Em momento algum vamos negar o transporte para eles, pois é um direito que eles têm de fazer as suas reivindicações. Já estamos fazendo a relação de quantos alunos teremos que transportar, e vamos nos organizar quanto a isso”, disse a prefeita, destacando que um precisa ajudar o outro, “para assim chegar num denominador comum”.