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30 Anos, 30 Histórias: como está Bárbara, a mulher que foi queimada há seis anos pelo namorado?

11/11/2022 - 06h00min

POR CÂNDIDO NASCIMENTO

“Dizem que a mulher é o sexo frágil
Mas que mentira absurda!
Eu que faço parte da rotina de uma delas
Sei que a força está com elas”.

A letra foi escrita por Roberto Carlos há mais de 40 anos (1981), e a música foi cantada por Erasmo Carlos, e retrata o contraste entre a fragilidade e a força feminina. Sem feminismos ou outros “ismos”, a mulher ampliou seu papel na sociedade. Ganhou (e ganha) espaço em todos os setores.

Por isso estamos contando nessa edição a quarta história com o drama que passou Bárbara Hoelscher, 31 anos, que mora em Novo Hamburgo. Na época da agressão, residia no bairro Boa Vista, em Lindolfo Collor. Ela teve 47% do seu corpo queimado pelo então namorado, após uma discussão iniciada por motivo fútil: um simples convite para um chá. Ficou 73 dias internada no hospital. Após estar foragido por quase três meses, o ex-fugiu, foi preso pelo DEIC e condenado a 7 anos e 11 meses de prisão, pelo Tribunal do Júri, ficando um período em regime fechado e, mais tarde, respondendo pelas agressões em liberdade.

Como começou uma discussão banal que por pouco não terminou em tragédia

Bárbara tinha 26 anos e estava há um ano e oito meses convivendo com o namorado, Igor Rafael Schonberger, o qual conheceu através de um grupo de amigos e com quem ficaria após se encontrarem em uma discoteca. Eles tinham as discussões normais de casal, mas começaram a morar junto no início de 2016, no bairro Boa Vista, Lindolfo Collor, segundo declara ela inicialmente. Ali começaria a trajetória de tormento.

“As agressões começaram depois que a gente foi morar junto, e foram várias, conta a mulher que, na época, estudava Administração de Empresas na Unisinos, e trabalhava como estagiária no Santander, em Sapucaia do Sul. Ela ia de moto para o trabalho, deixava ela na Socaltur, descia de ônibus até Novo Hamburgo e pegava o trem para ir ao banco. No término do expediente ia de ônibus circular para a faculdade, chegando em casa lá pelas 11h30 da noite.

AS AGRESSÕES

“Ele tinha muitos problemas de relacionamentos familiares, então descontava em mim com tapas, empurrões e socos”, comenta ela, que mede 1,83 metros e o namorado 1,86 metros de altura. Ela lembra de ter revidado uma vez, quando apanhou mais ainda tentando se defender das agressões sofridas. Devido a esses fatos, tinha manchas roxas no pescoço e nos bracos, tendo que usar roupas com golas e mangas compridas, mesmo em dias de calor, para a família não desconfiar dos abusos. “Era para não demonstrar as agressões que eu sofria”, afirma.

VENDIAM LINGERIE PARA TER RENDA EXTRA

Para obter uma renda extra, Bárbara e Igor vendiam, lingerie para amigos e conhecidos. Segundo relata, quando terminou o seu estágio no Santander, passou para em um novo estágio em outro estabelecimento do gênero, mas devido à agressão sofrida não foi trabalhar nesse local.
Ela ficou com diversas sequelas pelo corpo, depois de 73 dias internada na UTI do Hospital Municipal de Novo Hamburgo, com queimaduras de primeiro, segundo e terceiro graus.

“Eu corri para o banheiro, mas ele riscou o fósforo nas minhas costas”

Convites no lixo e spray de veneno na boca

A mulher lembra que naquele terrível dia em que ela foi queimada com álcool as discussões começaram no final da tarde, quando o casal estava organizando um chá de lingerie na casa dos pais dela. Durante aquela semana ele teria ido trabalhar na colocação de um piso em Capão da Canoa, e ao voltar, houve uma discordância quanto ao corte do convite.

Ela disse que se era para fazer daquele jeito podia deixar que ela faria o corte. “Foi aí que ele jogou tudo no lixo. E então a gente começou a discutir. Ele começou a me agredir, primeiro verbalmente, mas revidei. Então ele foi na lavanderia e pegou três produtos: álcool, alvejante e um inseticida em spray”. Lembra a vítima das agressões.

Igor mandou que ela calasse a boca, mas a resposta foi que não se calaria. “Então ele me borrifou o veneno na boca e a gente passou a discutir; depois me jogou o alvejante e eu segurei na mão dele e perguntei o que ele faria. O álcool respingou em mim e ele foi na gaveta e pegou um fósforo, aí corri para o banheiro e depois riscou o fósforo nas minhas costas”, declarou Bárbara com lágrimas nos olhos.

“Ele me mandou calar, mas como não me calei, me borrifou veneno na minha boca e jogou alvejante”

O fogo atingiu do queixo aos joelhos

Bárbara comenta que estava com uma camisola e sentiu que começou a queimar e que a sua pele começou a encolher, e a peça ficou destruída pelas chamas. Os pedaços de roupa ficaram espalhados no banheiro. Esse fato foi comprovado por um vídeo feito por um familiar dela, que registrou a tampa de álcool no chão, o quarto desarrumado e a camisola queimada no canto do banheiro. A água do chuveiro apagou o fogo e fez com que amenizasse a dor.

MEDO DE SER PRESO

Depois que o fogo apagou as dores vieram e o rosto e a boca incharam. “Ele olhou para mim e disse que eu estava horrível, que estava toda queimada. Aí ele viu o que tinha feito e comecei a implorar para ele me levar para o hospital, mas o Igor disse que a vida dele tinha a acabado e que seria preso. Então eu disse que não diria que ele foi o culpado, então me levou para o hospital de Ivoti”, comenta ela, que acredita ter chegado por volta das 22h30 no atendimento médico.

“Vieram as enfermeiras e me cobriram, com toalhas e elas correram quando viram a extensão das queimaduras”. Na sequência, iniciaram o tratamento com um óleo especial para queimaduras. Assim que ela contou o acontecido, alguém do hospital acionou a polícia. No início da madrugada ela foi transferida para o Hospital Municipal de Novo Hamburgo para ser atendida. Igor ficou no hospital e logo veio a polícia, mas ele tereia afirmado que ela tocou fogo em si mesma e ele foi liberado. Ele ficou foragido no sítio de um tio, próximo a Lajeado, onde ficou pelo período de três meses.

Igor foi condenado a 7 anos de prisão

Igor Schonberger foi preso pelo DEIC em 23 de fevereiro de 2017. O julgamento dele iniciou às 10 horas do dia 19 de julho de 2018, no Fórum de Ivoti, quase um ano e meio após a prisão. O Tribunal do Júri durou mais de 12 horas, encerrando no início da madrugada de sexta-feira, dia 20 de julho de 2018.

TENTATIVA DE HOMICÍDIO

O acusado foi denunciado pelo Ministério Público por tentativa de homicídio quadruplamente qualificado. Ele foi condenado a sete anos e onze meses de prisão. Também recebeu determinação de pagar as despesas da vítima para se recuperar das lesões causadas pelo seu ato.
O Ministério Público discordou da decisão por entender que Igor recebeu uma pena branda considerando que os jurados concordaram com três das quatro qualificadoras. Já a defesa de Igor comemorou o resultado, mas também recorreria para tentar diminuir a pena.

ACOLHERAM TESE DO MP

Os jurados acolheram a tese do Ministério Público e concordaram que Igor tentou matar Bárbara. Apontaram três qualificadoras, mas concluíram que o crime foi privilegiado, fato que derrubou a qualificadora “motivo fútil”. Para a maioria dos jurados, Igor cometeu o crime motivado pelo domínio de violenta emoção.

Essa decisão derrubou a pena do réu para baixo. Contudo, os jurados consideraram que a tentativa de feminicídio foi qualificado pelo fato de Igor ter ateado fogo no corpo da vítima e usado método que reduziu a resistência psicológica de Bárbara, por meio de agressões verbais, físicas e aplicação de veneno.

MAIS MEIO ANO EM REGIME FECHADO

Em razão da gravidade do crime, pelo fato se tratar de um crime hediondo, a magistrada decidiu que o réu deveria seguir cumprindo a pena no regime fechado, na Cadeia Pública de Porto Alegre, o antigo Presídio Central. Os advogados de defesa de Igor entenderam que, em seis meses, ele reuniria os quesitos para a progressão ao regime semiaberto.

O acusado respondeu ao processo preso preventivamente, desde fevereiro de 2017, quando foi capturado por agentes do Departamento Estadual de Investigações Criminais em um sítio no Vale do Taquari. Uma denúncia teria levado os policiais até aquele local.

SEMI-ABERTO

No dia em que o Tribunal de Justiça (TJ/RS) confirmou o habeas corpus para que Igor Schonberger cumprisse a pena no regime semiaberto, a Vara de Execuções autorizou o monitoramento do apenado por meio de tornozeleira eletrônica.
Com a medida, o ajudante de pedreiro condenado por tentar matar a ex-namorada, não precisou mais dormir na cadeia, benefício que flexibilizou o cumprimento da pena.

“Hoje eu me sinto uma mulher super bem resolvida”

“Eu conto a minha história e sugiro que as mulheres não aceitem qualquer tapa ou agressão”

Na época das agressões, Bárbara não abandonava o convívio com o então namorado por acreditar que gostava dele, apesar de tudo o que sofria. “Eu sempre achava que ele poderia mudar”, destaca ela. Depois de enfrentar todas as consequências a dor, as lembranças e as lágrimas pelo que enfrentou ela comenta que é uma mulher super bem resolvida.

Ela já fez diversas tatuagens para cobrir as marcas das queimaduras que sofreu no corpo, principalmente nas costas, seio e barriga, além, do queixo. Para tentar alertar outras mulheres que enfrentam relacionamentos abusivos ou conturbados, ela já palestrou na Feevale e participo de um encontro de mulheres em Novo Hamburgo, promovido pela prefeita Fátima Daudt, e que teve a presença de Luciana Genro.

Também participou de um encontro voltado ao público feminino, que foi realizado ma Sociedade Ginástica de Novo Hamburgo, no qual teve a participação de Ieda Crusius. “Eu conto a minha história, passei a minha mensagem, e sugiro que elas jamais aceitem um tapa ou qualquer outra agressão, seja ela física ou psicológica.

Outro detalhe importante, segundo Bárbara, é que a mulher precisa de amar. “Aceitar ser agredida é falta de amor-próprio”, enfatiza.

Focar na sua recuperação como forma de agradecimento

Muitas pessoas colaboraram para custear o tratamento e as despesas de Bárbara para conseguir superar as suas cicatrizes e dores, inclusive fazendo uma vakinha para ajudar, além de doações e rifas, feitas por conhecidos e amigos para a compra de medicamentos. Ela agradece bastante pela ajuda e a compreensão da família.

“A forma que eu tinha de retribuir era eu focar na minha recuperação. Só o cirurgião plástico, Dr. Rafael Marques de Souza, custeou três cirurgias minhas, de um total de 8 cirurgias que precisei fazer”, afirma a mulher. Também agradece o apoio do dermatologista Sérgio Mori, que ajudou em vários procedimentos sem cobrar por esse trabalho.

AUTOESTIMA

As marcas que ficaram no seu corpo afetou a sua autoestima, mas ela comenta que busca forma de amenizar as marcas que ficaram. “Eu passei por diversos procedimentos estéticos e dermatológicos”. Destaca Bárbara, que hoje tem um novo namorado e projeta o recomeço da sua vida.
Sobre o namorado, há compreensão e carinho. “Ele é especial para mim, por todo esse carinho que tem comigo, não se importando com as minhas cicatrizes. Acredito que ele veio para me resgatar como mulher”, explica.

Sobre os hábitos atuais, quase não pode pegar sol, já que a pele ficou bem, mais sensível, devido às cicatrizes deixadas. Para concluir ela afirma: “Eu deito com a cabeça no travesseiro coma minha consciência tranquila, mas ele (Igor) não deve dormir em paz”, destaca.

A importante ajuda da família

Depois de passar pelas agressões, pela dor, por ter ficado tanto tempo no hospital, ela só ganhou alta porque havia uma bactéria na UTI e que poderia causa uma infecção que poderia ser fatal. Por casa disso, teve que receber uma enfermeira que atendia e fazia aos curativos em casa.

“A minha família me ajudou bastante, a minha mãe me dava banho, o meu pai passava creme nos meus pés para evitar feridas, e até comida na boca eu ganhava”, explica Bárbara.

Bárbara afirma que ainda sente mágoa, pois não havia motivo para ter todo esse sofrimento imposto daquela forma tão brutal e agressiva. “Ele vai ter que pagar de alguma forma pelo que fez”, afirma

Foram 31 mil denúncias de agressões até julho deste ano

O Ministério da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos (MMFDH) disponibiliza informações sobre as cinco formas em que as violações contra as mulheres podem acontecer – seja a violência física, sexual, psicológica, moral ou patrimonial.

E orienta como os cidadãos podem denunciar junto à Ouvidoria Nacional dos Direitos Humanos (ONDH). No primeiro semestre de 2022, a central de atendimento registrou 31.398 denúncias e 169.676 violações envolvendo a violência doméstica contra as mulheres.

O número de casos de violações aos direitos humanos de mulheres, acima apresentados, são maiores do que as denúncias recebidas pelo setor, pois uma única denúncia pode conter mais de uma violação de direitos humanos. Os dados referem-se à violência doméstica ou familiar contra mulheres brasileiras até a primeira semana de julho de 2022, como ilustra o gráfico abaixo.

Quais aos tipos de violência contra a mulher

De acordo com o Ministério que abrange a defesa das mulheres, violência física é qualquer ação que ofenda a integridade ou a saúde do corpo, como bater ou espancar, empurrar, atirar objetos na direção da mulher, sacudir, chutar, apertar, queimar, cortar, ferir. As violações sexuais consistem em qualquer ação que force a mulher a fazer, manter ou presenciar ato sexual sem que ela queira, por meio de força, ameaça, constrangimento físico ou moral. Entre estas: forçar a ver imagens pornográficas, induzir ou obrigar o aborto, o matrimônio ou a prostituição.

AGRESSÃO PSICOLÓGICA

No que se refere à violência psicológica, conforme a Lei nº 13.772/18, é qualquer conduta que cause dano emocional e diminuição da autoestima, prejudique e perturbe o pleno desenvolvimento ou que vise a degradar ou a controlar suas ações, comportamentos, crenças e decisões, mediante ameaça, constrangimento.

Também: humilhação, manipulação, isolamento, vigilância constante, perseguição contumaz, insulto, chantagem, violação de sua intimidade, ridicularização, exploração e limitação do direito de ir e vir, ou qualquer outro meio que lhe cause prejuízo à saúde psicológica e à autodeterminação.

As violações psicológicas incluem xingar, humilhar, ameaçar e amedrontar, tirar liberdade de escolha ou ação, controlar o que faz, vigiar e inspecionar celular e computador da mulher ou seus e-mails e redes sociais, isolar de amigos e de familiares, impedir que trabalhe, estude ou saia de casa, fazer com que acredite que está louca. Com a Lei 11.304/2006, a violência contra as mulheres passa a ser definida como qualquer ação ou omissão baseada no gênero que cause morte, lesão, sofrimento físico, sexual, psicológico e dano moral ou patrimonial às mulheres.

Lei Maria da Penha

Baseada em um fato real sobre violência doméstica, a Lei Maria da Penha trata do reconhecimento dos direitos das mulheres como Direitos Humanos no Brasil, possuindo uma ampla concepção de direitos. Ela foi pioneira no âmbito da violência doméstica e familiar contra as mulheres no país, sendo hoje o principal instrumento jurídico de proteção das mulheres em situação de violência.

No artigo 2º fala que

“Toda mulher, independentemente de classe, raça, etnia, orientação sexual, renda, cultura, nível educacional, idade e religião, goza dos direitos fundamentais inerentes à pessoa humana, sendo-lhe asseguradas as oportunidades e facilidades para viver sem violência, preservar sua saúde física e mental e seu aperfeiçoamento moral, intelectual e social”

O que diz o artigo 5º

“Para os efeitos desta Lei, configura violência doméstica e familiar contra a mulher qualquer ação ou omissão baseada no gênero que lhe cause morte, lesão, sofrimento físico, sexual ou psicológico e dano moral ou patrimonial”.

MEDIDAS PROTETIVAS

A lei prevê como medidas protetivas o afastamento do agressor do lar, a proibição de contato, a transferência da vítima e de seus dependentes a um abrigo especializado ou a inclusão em programa oficial de proteção.

A quem reclamar

A Central de Atendimento à Mulher – Ligue 180 presta uma escuta e acolhida qualificada às mulheres em situação de violência. O serviço registra e encaminha denúncias de violência contra a mulher aos órgão competentes, bem como reclamações, sugestões ou elogios sobre o funcionamento dos serviços de atendimento.

O serviço também fornece informações sobre os direitos da mulher, como os locais de atendimento mais próximos e apropriados para cada caso: Casa da Mulher Brasileira, Centros de Referências, Delegacias de Atendimento à Mulher (Deam), Defensorias Públicas, Núcleos Integrados de Atendimento às Mulheres, entre outros.

A ligação é gratuita e o serviço funciona 24 horas por dia, todos os dias da semana. São atendidas todas as pessoas que ligam relatando eventos de violência contra a mulher.

O Ligue 180 atende todo o território nacional e também pode ser acessado em outros países.

Psicóloga explica que mulher deve buscar ajuda

A psicóloga Patrícia de Oliveira atende na área de psicologia clínica com ênfase em psicanálise. Desde 2016, ela vem trabalhando nessa área, em Campo Bom, Dois Irmãos e agora em Ivoti. De acordo com a profissional, quando a mulher começa a sofrer algum tipo de violência, seja psicológica ou física (ou ambas), muitas vezes ela não se dá conta disso, até que haja uma interferência.

COMO COMEÇA

Tudo começa quando essa mulher entra num relacionamento em que tudo parece perfeito, quando em certo momento começam as agressões, que inicialmente parecem normais, o parceiro se desculpa, ela perdoa e assim se inicia um ciclo vicioso! Pode levar tempo para essa mulher se dar conta que está sofrendo violência doméstica. Muitas vezes essa mulher não consegue sair disso e ela necessita da intervenção de um familiar ou amigo até chegar à ajuda de um psicólogo.

No momento em que a profissional identifica um quadro dessa natureza de violência, tanto física quanto psicológica inicia um processo de cura.

CÍRCULO VICIOSO

“Ela chega num ponto em que entra num ciclo vicioso de violência doméstica, e chega a acreditar, que merece aquilo que está vivendo, e que tudo é normal”, afirma a Dra. Patrícia. Em que ponto se trabalha com essas mulheres machucadas por dentro e por fora? – “Eu procuro ver em que lugar ela se coloca nessa relação, que é geralmente doentia e acaba sendo uma repetição de padrão. Então buscamos ressignificar sentimentos e momentos da vida dela, para que possa sair dessa situação de violência e seguir a sua vida em ritmo normal”, destaca.

NO QUE AFETA

Mas até que ponto a tortura psicológica afeta a vida de alguém? – “Quando ocorre a violência, essa mulher vivencia uma situação em que não pode sair, trabalhar, usar certo tipo de roupa, estar nas redes sociais ou mesmo não ter controle do próprio dinheiro, então ela fica sob o domínio do parceiro, e acaba achando que não pode viver uma vida melhor, e há situações em que chega ao ponto de acontecer o feminicídio”, observa a psicóloga.

Para quem quiser mais informações pode ligar pelo WhatsApp 98108-2205, ou pelo Instagram: patriciaoliveirapsicologa

 

 

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