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30 ANOS, 30 HISTÓRIAS: Há 10 anos, região parou para pedir o fim da corrupção no Brasil

28/06/2023 - 08h45min

Atualizada em 28/06/2023 - 09h04min

Há 10 anos, Prefeitura de Ivoti amanhecia assim… Manifestações de junho de 2013 marcaram um ponto de ruptura na política nacional, quando o verdadeiro gigante – o povo – acordou e pediu mudanças

Região – Há 10 anos, o país vivia a ebulição de um movimento que exigia o fim da corrupção e todo o descaso da classe política à época com a população brasileira. Passada uma década destas manifestações generalizadas que tomaram conta das ruas em todo o Brasil, é possível perceber o quão impactante os protestos foram para o cenário político no país.

Nesta semana, o Diário relembra como foram os protestos de Junho de 2013 na região e, principalmente, como eles ficaram marcados na memória da comunidade, mesmo depois de 10 anos dos atos realizados.

DOIS IRMÃOS

O primeiro município a registrar manifestações foi Dois Irmãos. Numa noite fria e chuvosa de segunda-feira, dia 24 de junho, um grupo de cerca de 300 moradores se reuniu no Centro e partiu em caminhada pela Avenida 25 de Julho. Diferente de outros atos registrados no país à época, esta – assim como em toda a região – foi uma manifestação pacífica e ordeira.

Além do protesto na segunda-feira, outro ato foi realizado no final de semana seguinte, na tarde de domingo. O ponto alto deste manifesto foi quando o grupo, formado em sua maioria por jovens estudantes, sentou sobre a pista da BR-116 e entoou o Hino Nacional.

Em outra reportagem da ampla cobertura realizada à época, o Diário contou a história da doisirmonense Jaqueline Hansen que participou de protestos em Nova York. Ela residia nos Estados Unidos e fez parte de um grupo que montou piquete em frente à sede da ONU.

ESTÂNCIA VELHA

O segundo município a endossar o coro de “Vem pra rua” foi Estância Velha. Na terça-feira, dia 25, cerca de 600 pessoas, grande parte jovens estudantes, participou do ato. A manifestação iniciou em frente a Prefeitura, onde a comunidade pediu por educação, saúde e menos corrupção. O grupo ainda passou pela Câmara de Vereadores antes de rumar em direção à BR-116 e ao viaduto da ERS-239, que foram bloqueados pelos manifestantes.

 

IVOTI

A imagem que mais marcou aquela semana de protestos ordeiros foi registrada em Ivoti, em manifestação realizada na quarta-feira, dia 26. Um grupo de cerca de 1.200 pessoas, formado por jovens estudantes e adultos, saiu de frente do Bar do Gordo e rumou em direção à Prefeitura.

Ao longo do percurso, mais e mais moradores foram aderindo ao ato, com a grande maioria carregando cartazes e entoando cânticos contra a corrupção. Entre as temáticas locais citadas no ato, estavam o mau atendimento do Plantão 24 horas e a falta de abastecimento de água em alguns bairros à época.

Ao final, depois de cantarem o Hino Riograndense, todos estes cartazes foram colados em frente da Prefeitura, que amanheceu completamente coberta pelas mensagens da comunidade.

NOVA PETRÓPOLIS E LINDOLFO COLLOR ENDOSSARAM O CORO POR MUDANÇAS

No final de semana seguinte, chegou a vez de outros municípios da região aderirem aos protestos. No sábado, dia 29, cerca de 400 pessoas participaram do ato em Nova Petrópolis. Entre os principais momentos da manifestação foi a nova declaração de independência, feita na Rua 7 de Setembro, o canto do Hino Nacional na Avenida 15 de Novembro e os cartazes com manifestações da comunidade colados na Prefeitura.

Também no sábado, a Avenida Capivara em Lindolfo Collor foi fechada por um grupo de cerca de 120 manifestantes que realizou uma passeata pelo município. No trajeto, a comunidade passou pela Câmara de Vereadores, pelo Ginásio Municipal, onde foram lidas algumas demandas, como a resolução dos problemas causados pelas enchentes – fato que até hoje causa perdas para os moradores –, e pela Prefeitura onde alguns cartazes foram colados com mensagens que pediam o fim da corrupção e mais investimentos em saúde e educação.

MUDANÇAS NO CENÁRIO POLÍTICO

As manifestações tiveram início em Brasília, São Paulo e no Rio de Janeiro, em meio à Copa das Confederações que era realizada no Brasil. A temática dos altos gastos em investimento para a realização da Copa do Mundo, no ano seguinte, foi um dos vários motivos para o início dos atos nas principais cidades do país. A presença em massa do povo na rua evidenciou o descontentamento com o cenário político e culminou, anos depois, no impeachment de Dilma Rousseff e no surgimento de novas vertentes políticas.

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