40 anos de Festival de Kerb: Prefeito que implementou o Kerb de Estância Velha recorda histórias

por Leonardo Oberherr;

O Festival de Kerb de Estância Velha chega à sua 40ª edição neste ano de 2023, começando na próxima quinta-feira (20) e com diversas atrações musicais e culturais já confirmadas. Para relembrar a criação do Festival, lá em 1983, o Jornal O Diário conversou com o ex-Prefeito de Estância Velha, Frederico Leuck, administrador da cidade que implementou o Festival de Kerb.

O Kerb é uma tradição oriunda dos imigrantes germânicos, mas não é, necessariamente, uma “festa alemã”, essa afirmação é do Pastor da Comunidade Evangélica de Confissão Luterana em Estância Velha, Pastor Paulo Roberto Franke , e confirmada pelo ex-Prefeito. De acordo com ele, Estância Velha não possuía nenhuma festa popular no início dos anos 80, sendo que a cultura do kerb, enraizada nas comunidades germânicas para comemorar a inauguração da Igreja da cidade, estava se perdendo com o passar dos anos. Foi então que Leuck decidiu tomar a atitude de organizar o 1º Festival de Kerb da cidade.

“Lembro que para atrair o público para a festa, tivemos que dar cartões de cachorro quente para os alunos das escolas, vender cartões de chopp para empresários distribuírem aos seus funcionários, tudo para chamar as pessoas para o Kerb”, relembra o ex-Prefeito. O tradicional jantar pré-Kerb foi um fracasso: “Lembro que não era nem meia-noite e já fomos embora, porque o jantar estava completamente vazio”, recorda.

“O sentido do Kerb sempre foi atrais as pessoas de fora da cidade, reunir amigos e familiares, servir boa comida e festejar, com o tempo isso tem se desvirtuado, mas, precisamos modernizar, claro, sem esquecer das raízes e os motivos pelos quais festejamos o Kerb”, sintetiza Frederico. Segundo o ex-prefeito, o festejo praticamente não teve gastos, pois a Prefeitura não tinha como pagar pela organização do Kerb, e acabou tendo muito apoio das empresas e das associações da cidade.

Quase deu prisão:

Para divulgar o festejo, o Prefeito e um grupo de participantes organizaram uma passeata pelo centro da cidade no sábado: “Nós locamos um caminhão para o sábado, para fazer uma jornada pelo centro da cidade. Colocamos as pessoas em cima do caminhão, e naquela época não tinha toda preocupação com a segurança como se tem hoje em dia, nem sei como não aconteceu nada pior. O caminhão foi andando com a bandinha tocando, fazendo a festa, e convidando e divulgando a festa. Chegou num certo ponto que a Brigada Militar nos atacou, perguntou o que era aquilo e nos levou para a Delegacia. Tivemos que explicar para os militares, fomos liberados e continuamos com a festa”, relembra, contente, Frederico.