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A espera de quem não pode esperar: pacientes aguardam meses em filas na esperança de iniciarem o tratamento contra o câncer
Ivoti – A liberação anual de mais R$ 1.371.000 para o setor de oncologia do Hospital Regina, anunciada no início de setembro, pelo ministro da Saúde, Gilberto Occhi, renova as esperanças daqueles que aguardam meses na fila de espera para o tratamento do câncer. Esse recurso beneficiará pacientes de municípios como Ivoti, Novo Hamburgo, Dois Irmãos, Estância Velha e Campo Bom.
Os mais variados tipos de casos podem ser encontrados nas filas de espera. Em Ivoti, por exemplo, até o mês de fevereiro de 2018 havia 20 pacientes que estavam aguardando de seis a oito meses para serem chamados. Número esse que reduziu consideravelmente. “De acordo com o Ministério da Saúde, é tolerável que a pessoa espere até 60 dias para ser chamada para uma consulta, prazo esse que estamos conseguindo cumprir nos últimos quatro meses. Podemos mandar três pacientes mensalmente, o que para o mês de setembro já teve a sua cota preenchida, porém, surgiram mais dois nomes nos últimos dias, que terão que ficar para o próximo mês infelizmente”, explicou a secretária de Saúde de Ivoti, Clarice da Silva.
Contudo, uma notícia boa foi anunciada na semana passada. O número de consultas com oncologista deverá ter um aumento nos próximos meses. A novidade foi revelada na quinta-feira, 13, quando o prefeito Martin Kalkmann (PP) participou de uma reunião na Prefeitura de Novo Hamburgo com mais cinco prefeitos da região para discutir mais sobre o assunto. “Não podemos afirmar ainda que serão cinco. Mas, no próximo mês, vem o recurso. Acreditamos que em novembro, já tenhamos mais consultas”, disse ele.
Ivotiense precisou apelar para a Justiça para ser tratada
Números de 2016 do Ministério da Saúde apontam que por ano, surgiram mais de 61 mil casos de câncer de próstata entre os homens e quase 58 mil de mama entre as mulheres. O câncer de Colo do Útero era o terceiro no ranking feminino, chegando aos mais de 16 mil. Um aumento de 7,9% naquele ano. Esse foi o caso de uma ivotiense, que preferiu não se identificar, pois além da doença, teve que enfrentar problemas judiciais para conseguir o atendimento.
Ela era uma das que aguardavam na fila de espera em Ivoti. Após realizar o pré-câncer no final de fevereiro, a ivotiense só conseguiu iniciar o tratamento em agosto, mesmo tendo conseguido a liminar judicial em maio deste ano. “Se eu tivesse que esperar pelo município me chamar, estaria até agora sem ter iniciado as minhas quimioterapias e radiografias. Quando descobri o câncer, ele era do tamanho de uma ervilha. Dois meses depois já estava em cinco ou seis centímetros”, detalhou a mulher de 42 anos, que realiza os procedimentos para combater a doença cinco vezes por semana.
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