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Acessibilidade nas ruas de Ivoti: os obstáculos encontrados pelos cadeirantes no município

13/07/2018 - 13h30min

Atualizada em 13/07/2018 - 13h31min

Ivoti – Se já passou pela sua cabeça que caminhar em calçadas esburacadas, com poças d’água, desniveladas e cheias de barro é um problema, imagine para quem só pode realizar esse trajeto sobre rodas. Em Ivoti, a vida de um cadeirante, seja paraplégico ou tetraplégico, não é das mais fáceis. Mesmo com a obra do passeio público da avenida Presidente Lucena, na área central do município, que incluiu rampas nas esquinas e piso tátil, ainda há muito o que fazer pelos deficientes físicos.

“Idealizamos essas reformas com o intuito de promover uma padronização do Centro, com vistas a valorizar a passagem do pedestre em geral, bem como, estimular a convivência. Ao projetar a calçada, os itens de acessibilidade também foram previstos”, explicou a engenheira Cíntia de Souza.

Cledi Petry é esposa de João Petry, que está há oito anos em uma cadeira de rodas, fruto de uma meningite. Ela observa que anteriormente precisava intercalar entre calçada e rua, quando saia de casa com o seu marido. Agora, com as melhorias no Centro, a ivotiense não enfrenta mais essa dificuldade. “Realmente melhorou, mas ainda existem outros locais que não têm acessibilidade. Eu sempre precisava pedir a ajuda de alguém para erguer a cadeira de rodas do meu marido quando o levava ao Posto de Saúde. Hoje não necessito mais disso”, comemorou.

“As ruas centrais estão recebendo investimento, mas nos bairros não”, diz cadeirante

Everson Kossmann se encontra tetraplégico e dependente de sua cadeira motorizada para se locomover. Contudo, residir na rua Graça Aranha não é uma tarefa nada fácil. Além de ser íngreme, a rua é toda de paralelepípedo, o que já provocou inúmeros estragos em sua cadeira. “A cada seis meses tenho que comprar um jogo novo de pneus para minha cadeira. Cada um custa R$ 160. Só consigo esse preço porque compro na internet. Caso contrário, custariam bem mais”, relatou. “As ruas centrais estão recebendo investimento, mas nos bairros não”, completou o cadeirante, que precisa muitas vezes se deslocar até os bairros Jardim Bühler e Panorâmico para visitar seus familiares.

Mas não é somente esse o drama de Everson. Há dois anos ele parou de utilizar os serviços da Prefeitura para ir realizar as sessões de fisioterapia em uma associação de Novo Hamburgo. “O veículo que a Prefeitura de Ivoti utiliza para transportar as pessoas não é adaptado. Fora o despreparo daqueles que lidam com os deficientes. Preferi fazer a fisioterapia de maneira particular”, conta Everson.

Veículo “decente” para transportar as pessoas

De acordo com a Prefeitura, existe uma emenda parlamentar garantida com o deputado federal, Danrlei de Deus Hinterholz, no valor de R$ 190 mil para a aquisição de uma van adaptada, solicitada pela vereadora Rafaella Lima. O veículo deve ser entregue em 2019. “Estamos sem carro adaptado na nossa frota e o recurso vai trazer mais conforto e segurança para os moradores que são deslocados para atendimento”, destacou o prefeito Martin Kalkmann. Além deste veículo, está no planejamento financeiro da Administração Municipal adquirir um veículo menor.

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