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Adeus ao Papa Francisco: fiéis ficam horas na fila para se despedir em segundos; veja relato de moradora de Dois Irmãos

25/04/2025 - 12h54min

Grupo de Dois Irmãos chegou perto do corpo de Francisco (FOTO: Kátia Klock Anton / Minha Biblioteca Católica)

“É muito sobre viver o momento histórico e se despedir dele”. A frase da gaúcha Kátia Klock Anton, 24 anos, traduz o sentimento de quem está em Roma neste momento histórico para a Igreja Católica: a despedida do Papa Francisco, falecido na última segunda-feira (21), aos 88 anos.

Moradora de Dois Irmãos e integrante da equipe da Minha Biblioteca Católica — empresa local especializada em publicações religiosas —, Kátia viajou à capital italiana para acompanhar os registros da Semana Santa e a canonização de Carlo Acutis. Mas com o falecimento do pontífice, mudaram os planos e, agora, participam e registram os ritos após o falecimento de Francisco. Ela relata a comoção que tomou conta dos arredores da Basílica de São Pedro, onde o corpo do papa está sendo velado desde quarta-feira (24).

As pessoas ficam muito, muito, muito tempo na fila, chegam lá e têm cinco, seis segundos de ver o Papa. Elas não podem tirar foto, não podem filmar. É uma sensação até um pouco de provação, sabe?”, conta. A fila para o adeus chega a durar mais de sete horas. Por isso, a equipe decidiu não enfrentá-la. “A gente pegou acesso privado pela imprensa, chegou mais ou menos perto, mas não vamos encarar a fila. Se entrar agora, não chega a tempo, porque a praça fecha às 17.

Multidão esperando para se despedir do Papa (FOTO: Kátia Klock Anton / Minha Biblioteca Católica)

Uma hora após o encerramento, será realizada a cerimônia de fechamento do caixão. Seguindo tradições do Vaticano, o corpo será preparado com preces em latim, homilia e objetos simbólicos — como moedas cunhadas durante o pontificado e uma ata oficial do funeral — depositados junto ao papa. O caixão de zinco será selado com cruz e brasão papal, encerrando oficialmente o velório com a Missa Exéquia.

O funeral acontece neste sábado (26), às 5h da manhã (horário de Brasília), com missa solene celebrada na Praça de São Pedro. O sepultamento será na Basílica de Santa Maria Maior, onde Francisco será enterrado na Capela Paulina — local escolhido por ele ainda em vida.

Kátia e a equipe da Minha Biblioteca Católica permanecem em Roma até 30 de abril, acompanhando os eventos e testemunhando um momento histórico.

A fila de espera para entrar na Basílica São Pedro (FOTO: Kátia Klock Anton / Minha Biblioteca Católica)

A ESCOLHA DO NOVO PAPA

Papa Francisco morreu na segunda-feira (21), aos 88 anos, após um derrame cerebral seguido de parada cardiorrespiratória. Primeiro papa latino-americano da história e jesuíta, ficou marcado por um pontificado voltado à humildade, ao acolhimento dos pobres e ao diálogo inter-religioso.

Com a morte do pontífice, a Igreja entra no período de Sede Vacante. O Colégio de Cardeais prepara-se para o conclave que elegerá o novo papa, em cerimônia secreta na Capela Sistina. Entre os nomes cotados para a sucessão, o mais mencionado é o do cardeal italiano Pietro Parolin, atual Secretário de Estado do Vaticano.

Pelas regras atuais do Vaticano, o Conclave deve começar entre 15 e 20 dias após a morte do papa. Sendo assim, na teoria, é estimado que a votação comece entre os dias 6 e 11 de maio.

No entanto, em fevereiro de 2013, o papa Bento XVI estabeleceu uma nova regra que permite flexibilidade nesse prazo. Pela norma, o início do Conclave pode ser antecipado se todos os cardeais com direito a voto já estiverem no Vaticano. A eleição também pode ser adiada, em casos excepcionais, por “motivos graves”.

Logo após a morte do papa, o Vaticano convoca todos os cardeais do mundo para compor o chamado Colégio dos Cardeais, atualmente formado por 252 religiosos, incluindo oito brasileiros. Esse grupo ajuda a organizar o Conclave e discute questões inadiáveis da igreja.

No entanto, apenas os cardeais com menos de 80 anos podem participar da eleição. Atualmente, 135 se enquadram nesse critério — entre eles, sete brasileiros.

O início do Conclave depende da presença desses cardeais eleitores no Vaticano. A exceção são para os religiosos que estejam impedidos de comparecer por motivos graves, como problemas de saúde.

 

 

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