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Destaques

Ale Hensel: o amor de uma mãe que supera os limites

12/05/2019 - 12h00min

Atualizada em 12/05/2019 - 12h40min

Ivoti – Domingo, 12, comemora-se mundialmente o Dia das Mães. O Diário conta duas histórias diferentes, mas interessantes, que apresentam duas experiências: adoção e criação de filhos, superando os próprios limites em ambas as situações.

Para algumas pessoas o Dias das Mães é simplesmente dar presentes e uma atenção para as suas mães. Para Alexandra Hensel (Ale) fica a alegria de receber um presente misterioso feito pelas próprias mãos dos dois filhos menores, os gêmeos Mateus e Miguel, e do maior, Erick.

PLANEJAMENTO

Alexandra trabalhou por 11 anos na Auto Elétrica Hencke, bairro Morada do Sol. Em 2006 casou com Sidnei Führ, com quem administra a empresa de bebidas Bierhaus. Ela trabalha à tarde, na parte administrativa, e a manhã dedica aos filhos.
Em 2007 nasceu o primeiro filho do casal, Erick, hoje com 11 anos. “Foi uma gravidez planejada, tranquila”, define Ale. Já na segunda gravidez, dos gêmeos, quando chegou nas 29 semanas, foi descoberto uma má formação por causa da mielomeningocele, que atinge a coluna.

CASO DIFERENCIADO

O filho Erick dizia que a mamãe tinha gêmeos na barriga, e até o médico ficou surpreso quando a gestação se confirmou através da ecografia. A partir daí foram necessários exames de sangue e ecografias pelo menos três vezes por semana, no Hospital Presidente Vargas, em Porto Alegre.

Como a doença “mielo” em gêmeos é rara na história da medicina até então, foi feito um grupo de estudos do Centro de Medicina Fetal do Estado do RS. Foi marcada uma primeira cirurgia em cinco de junho de 2011, com uma neurocirurgiã que veio da Espanha especialmente para atender esse caso.

“O meu parto tinha 16 médicos”, relata Ale, que sentiu mais medo na segunda gestação do que na primeira. Havia um traço hereditário da doença na família, pois uma irmã do marido Sidnei nasceu com o mesmo problema, mas viveu apenas um mês.

“A ocupação maior é ser mãe, além de não ser remunerada, tu te esgota, te consome; é um trabalho tão desgastante e, ao mesmo tempo, ser mãe é tão confortante”

CORAÇÃO DIVIDIDO

Emocionada, Ale relata que os gêmeos fizeram a primeira cirurgia com apenas 17 dias, depois com 12 dias e uma terceira com 33 dias de vida. O coração ficava dividido entre ficar com os filhos que estavam no hospital ou ir para casa e atender Erick, que tinha apenas três anos de idade.

“As cirurgias aconteceram à medida que houve complicações com a válvula implantada no cérebro deles, e eu já perdi a conta de quantas cirurgias fizeram, entre neurológicas e ortopédicas”, desabafa a mãe, esperançosa em encontrar alternativas de melhorar a qualidade da saúde e de vida dos gêmeos.

Um deles é gremista e outro colorado. Ambos são unidos e muito hábeis, cativantes e simpáticos com todos. Atualmente, são mais de 40 exames e 11 médicos diferentes que atendem Mateus e Miguel. O que os fazem diferentes além da doença rara?
Ale entende que eles devem se virar sozinhos. Começaram a usar os andadores ainda com dois anos de vida. Os gêmeos já caíram por correr com o equipamento, mas não têm medo disso. Duas vezes por semana eles frequentam o Plug de Ivoti, onde fazem artes, jogos, web e capoeira, enquanto Erick pratica skate e futsal.

“O que mais doeu neles foi não poder realizar as mesmas atividades que os colegas, além de coisas simples como correr, pular. Em vez de passar a mão por cima e colocar eles numa redoma de vidro, eu faço o contrário, cobro deles (gêmeos), dou castigo quando é necessário, trato todos de igual forma, e exijo que eles se esforcem nas atividades da escola”, afirma a mãe coruja.

“Em vez de passar a mão por cima e colocar eles numa redoma de vidro, trato todos os filhos de igual forma, e prefiro cobrar deles atitude”

PRECONCEITO

A questão do preconceito também não é diferente com os gêmeos. “Acho que o maior problema do preconceito é os pais não abordarem o assunto, ou ensinarem os seus filhos a lidar com as diferenças”, define ela.
Ale define-se como uma mãe exigente, e que a ideia é dar mais independência aos filhos, de forma que se virem sozinhos. “Essa é a minha obrigação de mãe”, conclui orgulhosa com os resultados.

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