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ANIVERSÁRIO DE PICADA CAFÉ: Família celebra a cultura tradicionalista com amor, respeito e carinho
Casal migrou do interior do Estado e conta o que mais agradou na vida em Picada Café
A emancipação levou a Picada Café avanços e progressos. Mas o município cresceu e desenvolveu muito também nas décadas de 80, 90 e 2000, em questão de habitantes. Muitos migrantes começaram a buscar empregos, um lugar mais tranquilo e viver e crescer. E esse público veio de diversas regiões do Rio Grande do Sul, além de Santa Catarina, Paraná e outros estados. Em Picada Café, um dos exemplos é o casal José Joceli Rocha Pinto, 48 anos, popular ‘Gato Véio’, e esposa Elisângela Dutra Pinto, 39. Gato Véio é natural de São Gabriel e ela de São Sepé. Eles estão em Picada Café desde 2010 e, neste meio tempo, nasceu a cafeense fruto desse amor: Isadora Rocha Pinto, hoje com sete anos.
DO EMPREGO, CULTURA, SAÚDE E EDUCAÇÃO – A família Rocha Pinto mora no Centro de Picada Café, há poucos metros do Pórtico, referência a quem chega na cidade. Em 2010 a família veio em busca de emprego, indicado por familiares. “Logo que vim, já consegui lugar para morar e emprego, tanto eu como a esposa. Logo se apaixonamos pelo lugar e tão cedo não pretendemos sair desse paraíso”, declarou Gato Véio. Hoje o casal reside em Picada Café, mas trabalha fora. Ela é calçadista e há 12 anos trabalha na Dakota Calçados, em Nova Petrópolis. Já ele trabalha numa empresa de abates de frangos, em Morro Reuter. Apesar de trabalharem fora de Picada Café, o casal destaca que não troca de cidade. “Minha filha está bem na escola. Temos aqui educação de qualidade, uma saúde onde temos tudo que precisamos, um lugar muito seguro. São áreas essenciais para se morar e criar os filhos”, declara Elisângela.
O AMOR AO CTG ENCOSTA DA SERRA
José Joceli e sua família são pessoas muito conhecidas na cidade e fora dela. E um lugar que ele faz questão de mencionar é o CTG Encosta da Serra. Ele afirma que foi o ex-patrão Onírio Kuhn e seu então vice Joãozinho Utzig que o convidaram a prestigiar e trabalhar na entidade. “O Onírio e o Joãozinho foram pessoas que deram vida ao nosso CTG e a nossa cultura. Servir ao nosso CTG é como servir a pátria. Desde então tenho buscado ajudar todas as patronagens, uma forma de retribuir a essa casa que abre suas portas para todas as culturas”, frisou. O tradicionalista faz questão de mencionar o atual patrão Douglas dos Santos e o Grupo Estribo de Prata como pessoa e grupo que orgulha a cultura riograndense. “São pessoas que se doam à cultura, merecem nosso respeito e considerações e sempre terão meu apoio”, citou.
GAÚCHO DO CHURRASCO E DA MALA DE GARRUPA
Uma das culturas conservadas por José Joceli é o churrasco, tão presente o cotidiano do gaúcho. É comum ver ele assando carne defronte a casa, ao lado da BR-116, o que faz muita gente buzinar. É comum também muitos pararem e transformam o local num ponto de informações. “Muita gente me pede informações. A gente faz com respeito, é uma maneira de ajudar”, citou. Outra tradição é o uso da mala de garupa, muito tradicional no cotidiano do gaúcho. “Essa mala de garupa me acompanha há mais de 20 anos. Quando viajo ela é usada para levar alguns pertences”, concluiu. Para finalizar o casal faz questão de homenagear a cidade pela passagem de seus 30 anos. “Picada Café tem no seu povo o dom de acolher. É estendendo a mão que aqui são recebidas as pessoas que povoam e trazem progresso e desenvolvimento. E é este dom que buscamos a oferecer. Aqui tudo é muito lindo. Fica nossa homenagem a esse povo pela passagem dos 30 anos de emancipação”, declarou José Joceli.
“TRAMELA DO LADO DE FORA” – Outro dilema carregado pelo Gaúcho de São Gabriel é difundido pelo CTG. Na casa de gaúcho a “tramela fica do lado de fora”, uma alusão que na casa todos são bem-vindos, é chegar e entrar. E esse lema ele carrega também em casa. “Na minha casa todos são bem-vindos sempre. A gente vive a vida, cuidando e criando os filhos, mas também difundindo a cultura tradicionalista e fazendo amigos”, declarou José. Outro destaque dado pelo morador diz respeito a educação. A filha Isadora conta hoje com projeto que ensina a dança gaúcha nas escolas. “Ações e oportunidades como essa dão aos nossos filhos a chance de aprender e ao mesmo tempo difundindo a nossa cultura. Por isso não trocamos Picada Café por outra cidade”, frisou.