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Aos 103 anos Silvina Flores leva uma vida tranquila rodeada pela família
Uma história de simplicidade e luta! Assim é a vida de Silvina Rodrigues Flores, de 103 anos, moradora do bairro Bom Jardim, em Portão. Ao lado da filha Maria Delaine Flores, mais conhecia por Deiz, Silvina contou um pouco da sua vida e recordou momentos de seu passado.
“Com cinco anos eu ia junto com meus pais na roça, já ajudava no que podia. Hoje, capinar é algo que ainda me faz bem. A gente tem que fazer o que sabe fazer”, disse ela. Silvina casou aos 36 anos, com um amigo de seu pai, que era cinco anos mais velho que ela e viúvo. Saiu da casa da família, na Localidade de Cachoeira e foi para Portão, onde além das lidas da casa, ainda cuidava dos sete filhos do marido. A mais velha com 19 anos e a caçula com sete, ela relata que a panela de feijão estava sempre no fogo. Num dia era feijão fresco e no outro, era mexido com farinha. Silvina preparava a comida e um dos filhos levava até o marido. A panela hoje não prepara mais a comida da família, mas está escorada na árvore de jabuticaba plantada pela centenária e é o vaso de uma linda folhagem. Caminhando pelo pátio, Silvina vai apontado as árvores que plantou, as recordações e lembranças que os lugares guardam.
Silvina teve três filhos, a caçula, Deiz, mora em uma casa no mesmo terreno, e nasceu quando ela já estava com 42 anos. “Meu filho achava o nome Maria Delaine difícil de falar e como ela veio para completar as dez crianças, acabou ficando conhecida como Deiz e hoje ninguém conhece pelo nome”, recorda a matriarca.
Dos dez filhos, cinco ainda estão vivos, além de netos, bisnetos, tataranetos e uma tatataraneta. Silvina gosta de uma vida tranquila, sem muita festa. Contou que já viajou para a praia, mas lá, prefere ficar dormindo por que a viagem costuma ser cansativa. Hoje, com 103 anos, estranha algumas mudanças no costume e tem saudade da época em que as pessoas mais novas pediam “benção” aos mais velhos e como isso foi se perdendo no tempo. Apesar da idade, ela ainda gosta de capinar no terreno e passar os dias com os filhos.
A filha relata que Silvina toma remédio para pressão e para dor apenas e recorda na infância as chaleiras de chás sempre prontas no fogão. “Não temos mais esse costume, mas lembro bem que a mãe tinha bronquite e hoje, não tem mais. Sempre tinha algum chá preparado em casa para ajudar ao remediar alguma coisa”, recorda.
Consciência Negra
A descendência negra já foi motivo de diversas homenagens para Silvina em câmeras de vereadores e a família gosta muito da frase: Negros de todas as raças, pensando na diversidade cultural e na receptividade da comunidade com todos eles.
Comemorado em 20 de novembro, o feriado nacional pelo Dia da Consciência Negra é um dia de reflexão sobre a luta e as contribuições da população negra no Brasil. Concebido em 1971, foi formalizado nacionalmente em 2003, como uma efeméride no calendário escolar, até ser instituído como data comemorativa em 2011. Foi oficializado feriado nacional em 21 de dezembro de 2023.
A data foi marcado pela morte de Zumbi dos Palmares, líder do Quilombo dos Palmares e símbolo de resistência contra a escravidão. A data se tornou feriado nacional em 2023 e é uma oportunidade para combater o racismo e valorizar a cultura afro-brasileira.

